No interior de Mato Grosso do Sul, o cenário de uma fazenda se transformou em palco de um crime chocante. David Rodrigues Lima, 25 anos, é acusado de tirar a vida do fazendeiro João Luiz Martins Cavalheiro, de 75 anos, utilizando um facão. O motivo? Um cheque cruzado.

O  crime aconteceu na tarde do último domingo (25), na fazenda Relógio, situada na região do Nabileque, em Corumbá, distante 428 km da Capital.

Em seu depoimento às autoridades, Lima relatou que decidiu pedir demissão da fazenda devido à falta de pagamento que se arrastava por meses, levando-o até mesmo à escassez de alimentos. Entretanto, ao solicitar seu acerto, recebeu um cheque cruzado, o que o enfureceu.

Natural de Santa Catarina, o jovem trabalhava há cerca de três meses na propriedade, ocupando o cargo de gerente. Ele detalhou que após vários dias sem êxito em obter o pagamento devido, acabou envolvido em uma discussão com o patrão, que o incumbiu de concluir uma tarefa antes de liberar seus vencimentos.

No momento em que foi buscar seu acerto, Lima notou que o cheque estava nominal e cruzado, o que o levou a um estado de raiva. Em seguida, dirigiu-se a um bar próximo à fazenda, acompanhado de Alexsandro da Silva Sampaio, também funcionário e posteriormente preso sob suspeita de cumplicidade no latrocínio.

Segundo relato à polícia, Lima confessou ter planejado o assassinato durante o retorno do bar. Ao chegar à fazenda, deparou-se com a vítima na varanda. Sem hesitar, avançou com um facão, desferindo vários golpes na região do pescoço. Mesmo após a queda de Cavalheiro, Lima prosseguiu com os ataques, determinado a "concluir o serviço".

Posteriormente, o agressor dirigiu-se ao quarto da vítima, onde obteve a chave de uma caminhonete, fugindo do local em conjunto com Sampaio. Ambos compareceram a uma audiência de custódia, tendo suas prisões preventivas decretadas devido a seus antecedentes criminais por roubo e furto.

O desdobramento do crime continuou durante a noite, quando a dupla, ao tentar evadir-se pela MS-243 em direção à BR-262, foi detida após furar um bloqueio policial com o veículo da vítima. Lima, ao ser questionado, confessou sua autoria no assassinato do fazendeiro, atribuindo-o à sua demissão e ao cheque cruzado.

Dentro da caminhonete, foram descobertos facões e pertences pessoais da vítima, incluindo sua carteira, contendo R$ 225 em dinheiro, um cheque no valor de R$ 844, e um relógio. Os ex-funcionários foram presos em flagrante por latrocínio.