Fraude Milionária em Sidrolândia: Investigado queria propina via PIX

| Créditos: Reprodução TJMS e Mauro Silva - Jota FM

A ação coordenada pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) e pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) resultou em uma operação de grande escala nesta quarta-feira (3), revelando uma intrincada rede de corrupção em Sidrolândia. O alvo principal, uma fraude em licitação que movimentava cerca de R$ 15 milhões, trouxe à tona uma situação surpreendente: um dos investigados sugeriu o pagamento de propina através do sistema PIX.

O cerco se fechou sobre oito suspeitos, alvos de mandados de prisão, e 28 locais foram vasculhados em busca de evidências, incluindo pessoas físicas ligadas ao aparato público, empresários e políticos. Entre os envolvidos, destaca-se o vereador Claudinho Serra (PSDB), de Campo Grande, apontado como o mentor do esquema.

O juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, responsável pela autorização dos mandados, ressaltou uma conversa telefônica entre Ricardo Rocamora e Paulo Vitor Famea, secretário-adjunto de Assistência Social e Cidadania de Sidrolândia. Segundo relatório do magistrado, Rocamora sugeriu o envio da propina via PIX, ao que Famea concordou, indicando sua própria conta. Contudo, o risco foi apontado, e a transação acabou sendo acordada em dinheiro, intermediada por outro suspeito, Milton Matheus Paiva.

A Operação Tromper, como foi batizada, desvendou uma teia de corrupção que envolvia contratos fraudulentos entre empresas e a prefeitura de Sidrolândia, totalizando cerca de R$ 15 milhões. Esta é a terceira fase da investigação, que ainda identificou uma nova frente da organização criminosa atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica.

O apoio operacional veio do Bope, do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar, além da assessoria militar do Ministério Público. A denominação "Tromper", originária do francês e que significa 'enganar', reflete com precisão a essência desta operação.

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