A disputa judicial entre a Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems) e a Prefeitura de Três Lagoas ganhou novo capítulo. A Justiça intimou as partes a decidirem se desejam produzir novas provas, como testemunhas ou perícia, em ação que pede a devolução de um terreno de 10 mil metros quadrados, avaliado em R$ 6,1 milhões. O impasse começou após a Fiems, sob a gestão de Sérgio Longen, abandonar o imóvel, doado pelo município em 1968, onde funcionava a escola do Sesi.

O ex-vereador Paulo Carlos Veron da Motta entrou com ação popular exigindo que a Fiems devolva o terreno à prefeitura para uso da população. A Fiems tentou vender o imóvel em 2018, mas a Justiça impediu a negociação. Agora, a defesa da entidade alega que o terreno não foi doado, mas permutado por duas áreas menores, também doadas pelo município. No entanto, os registros dos imóveis contestam essa versão.

A juíza Aline Beatriz de Oliveira Lacerda determinou que as partes têm 10 dias para se manifestarem sobre a produção de novas provas, ou o caso seguirá para julgamento antecipado. A Fiems não respondeu aos questionamentos da reportagem. A Prefeitura de Três Lagoas, por sua vez, informou que já apresentou sua manifestação no processo e aguarda a decisão judicial.

A Controladoria-Geral da União (CGU) recomendou que o Sesi utilize ou se desfaça de imóveis parados, como o terreno em questão. Em 2011, a Fiems recebeu outra área de 60 mil metros quadrados do município para construir uma nova escola do Sesi, mas o destino do terreno antigo ainda não foi definido.