Feminicídio de jornalista em Campo Grande: relatórios divergem sobre acompanhamento da Guarda Civil e protocolos seguidos
- porRedação
- 24 de Março / 2025
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O feminicídio da jornalista Vanessa Ricartes, de 42 anos, por seu ex-noivo, Caio Nascimento, expôs divergências entre relatórios da Polícia Civil e da Secretaria Executiva da Mulher (Semu) sobre o acompanhamento da vítima pela Guarda Civil Metropolitana e os protocolos seguidos no caso.
Relatório da Polícia Civil: Aponta que a Guarda Civil Metropolitana foi acionada para acompanhar Vanessa até sua residência, para a retirada de seus pertences pessoais. No entanto, a Semu nega qualquer registro de solicitação nesse sentido. A Corregedoria da Polícia Civil, em seu relatório final, concluiu que as delegadas da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) seguiram todos os protocolos estabelecidos.
Contraponto da Semu: Em nota, a Semu declarou que "essas alegações não procedem, uma vez que não há registro de qualquer solicitação por parte da vítima". A secretaria reafirmou seu compromisso com a proteção de mulheres em situação de violência.
Investigações e Medidas Adicionais: A Corregedoria da Polícia Civil concluiu o inquérito sobre os protocolos seguidos pela Deam, indicando que o fluxograma da Lei Maria da Penha foi cumprido. No entanto, o governador Eduardo Riedel apontou falhas no processo, e o inquérito segue em sigilo.
Manipulação e Violência: O relatório final da Deam detalha a manipulação e o controle exercidos por Caio sobre Vanessa. A jornalista era rastreada e tinha seus contatos com amigos e familiares controlados. Testemunhos revelam que Vanessa viveu cinco dias em cárcere privado, sob ameaças e uso de drogas por parte do agressor.
Desfecho Trágico: Vanessa foi assassinada a facadas ao retornar para sua casa, após buscar medida protetiva contra Caio na Deam. O caso gerou comoção e levantou questionamentos sobre a eficácia dos serviços de proteção à mulher.
Ações Posteriores: Após o crime, um grupo técnico foi criado para revisar cerca de 6 mil boletins de ocorrência da Deam. Além disso, foi firmado um convênio para agilizar a intimação de agressores e o cumprimento de medidas protetivas, com a designação de mais escrivães e uma delegada para a Deam.
Serviços de Apoio: A Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande oferece atendimento 24 horas por dia, com diversos serviços de apoio, incluindo a Deam, Defensoria Pública, Ministério Público, Vara Judicial de Medidas Protetivas, atendimento social e psicológico, e a Patrulha Maria da Penha. O número de contato é 153.