Paulo Henrique Muleta Andrade, ex-diretor da Apae de Campo Grande, foi preso pela segunda vez nesta segunda-feira (10) após investigações sobre desvios de recursos públicos. Andrade, que tinha R$ 412,4 mil aplicados em conta bancária, retirou R$ 411 mil e transferiu para terceiros. A entrega financeira foi bloqueada pela Caixa Econômica Federal, que informou à Justiça sobre a falha no bloqueio do valor.

O Ministério Público aponta que a ação de Andrade demonstra tentativa de obstruir as investigações e ocultar o patrimônio desviado. Além disso, o ex-diretor obteve permissão para viajar para a Espanha, alegando um casamento, mas mensagens revelaram planos de fuga para a Itália com um empréstimo milionário.

As tentativas de fuga e movimentações financeiras motivaram o juiz Robson Celeste Candeloro a decretar sua prisão preventiva. O ex-coordenador está preso preventivamente desde o início da Operação Oculta, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Andrade é investigado por envolvimento em um esquema que desviou mais de R$ 8 milhões da Apae, utilizando empresas de fachada para fraudar a compra de materiais hospitalares para pacientes ostomizados.

Em novembro de 2023, ele já havia sido preso na Operação Turn Off, que revelou fraudes em contratos da instituição. A Apae, por sua vez, afirmou não ter vínculo com as ações do ex-coordenador e reforçar seu compromisso com a ética e a transparência.