Esquema de tráfico de armas e drogas era comandado por prisioneiro e envolve policiais militares e advogados

| Créditos: Divulgação

Uma operação coordenada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) nesta quarta-feira (24) mirou policiais militares, funcionários públicos e advogados, suspeitos de participar de uma quadrilha de tráfico de armas e drogas. Rafael da Silva Lemos, também conhecido como "Gazela" ou "Patrão", fugitivo do sistema prisional desde dezembro do ano anterior, é apontado como o líder do grupo.

Denominada Operação Last Chat, a ação é um desdobramento da Operação Courrier, que resultou na prisão de um defensor público de Mato Grosso do Sul em maio do ano anterior. Cerca de 55 mandados judiciais, entre prisões preventivas e buscas, foram cumpridos em Campo Grande, Ponta Porã, São Paulo (SP) e Fortaleza (CE).

Segundo informações do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), a quadrilha, composta por aproximadamente 40 indivíduos, operava uma rede de distribuição sofisticada, envolvendo não apenas o tráfico de drogas, mas também o comércio ilegal de armas de grosso calibre, incluindo fuzis, submetralhadoras e granadas, além de munições e acessórios bélicos de uso restrito.

Para ocultar os lucros obtidos com as atividades ilícitas, o grupo empregava diversos métodos de lavagem de dinheiro, como a criação de empresas fictícias, uso de contas bancárias de terceiros e aquisição de veículos de alto valor em nome de laranjas.

Rafael da Silva Lemos, que acumula mais de 49 anos de condenações criminais, liderava a organização criminosa mesmo estando atrás das grades, utilizando celulares para se comunicar com advogados que repassavam seus comandos aos demais membros do grupo.

As investigações tiveram início a partir da análise do celular apreendido com uma advogada durante a Operação Courrier. Ao longo do trabalho, foram apreendidas mais de 4 toneladas de maconha, 3 mil comprimidos de ecstasy, além de munições e armamentos, resultando em um prejuízo estimado em mais de R$ 9 milhões para o crime organizado.

"Gazela", o líder da quadrilha, escapou do sistema prisional em dezembro e permanece foragido. Informações sobre seu paradeiro podem ser comunicadas à Ouvidoria do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

A Operação Last Chat mobilizou equipes do Gaeco, do Ministério Público dos Estados de MS, Ceará e São Paulo, além de unidades da Polícia Militar, da Agência de Administração do Sistema Penitenciário e da Ordem dos Advogados do Brasil. O nome da operação faz referência ao fim do contato entre os integrantes presos e o mundo externo, como consequência das ações realizadas.

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