
| Créditos: Reprodução/ESD - Escola Sul-Mato-Grossense de Direito
Fábio Trad nunca flertou com os extremos. Advogado, professor e ex-deputado federal, sempre se posicionou a favor das pautas progressistas, sem ceder ao canto da sereia da extrema direita. Em 2022, anulou o voto para governador, recusando-se a escolher entre Capitão Contar e Eduardo Riedel. Agora, diante de um convite do PT, está disponível um novo caminho: disputar uma vaga na Câmara Federal em 2026 ou até o Governo de Mato Grosso do Sul.
A possível candidatura de Fábio pelo PT seria uma estratégia estratégica para o partido, que há anos tenta retomar o protagonismo no estado.
O movimento pode dar novos fôlegos ao partido em um estado onde a esquerda sempre teve grandes desafios. Trad, que já presidiu a OAB/MS, obteve 43.881 votos na última eleição para deputado federal, mas perdeu a vaga para Rodolfo Nogueira, o "Gordinho do Bolsonaro", que teve menos votos, mas foi beneficiado pelo quociente eleitoral. Ele, que também já foi avaliado como deputado federal mais atuante do Brasil está nomeado na Embratur e apoia a reeleição de Lula, e mantém sua postura crítica ao negacionismo bolsonarista.
A política de centro, que sempre buscou equilíbrio, vê-se cada vez mais pressionada pelos extremos. Se aceitar a candidatura pelo PT, traria um perfil moderado e experiente, podendo reforçar a presença da sigla no estado.
As máquinas adversárias “tem lastros” e serão grande desafio para Fábio, caso decida aceitar o convite, porém…..
O eleitor já deu provas de que pode surpreender:
A história política de Mato Grosso do Sul já mostrou reviravoltas inesperadas, como quando Zeca do PT saiu de 2% nas pesquisas para vencer o governo em 1998 com 61% dos votos no segundo turno.
O passado também ensinou que toda eleição é um teste de memória e escolhas. Em 2012, na disputa municipal de Campo Grande, Alcides Bernal surpreendeu ao vencer Edson Giroto, cuja gestão deixou rastros na justiça.
O que realmente importa é que haja opções e que a escolha seja feita com responsabilidade. Afinal, mais do que os cálculos dos partidos, o que define o resultado de uma eleição é a vontade soberana do povo.
Por Alcina Reis
Jornalista Alcina Reis | Créditos: Arquivo pessoal