O crescente uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como "chip da beleza", tem gerado preocupação entre especialistas em diversas áreas da medicina. Esses dispositivos, não aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são frequentemente utilizados para propósitos estéticos, como emagrecimento, tratamento da menopausa, antienvelhecimento e aumento da massa muscular, embora não apresentem informações adequadas sobre sua composição e segurança.

Entidades médicas, incluindo a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e outras cinco organizações, destacam que tais implantes, muitas vezes contendo esteroides anabolizantes, carecem de aprovação para comercialização e manipulação industrial pela Anvisa. Eles são produzidos sem bula e informações farmacocinéticas precisas, tornando difícil avaliar sua eficácia e segurança.

Os implantes, compostos por substâncias como testosterona, gestrinona, estradiol, oxandrolona, entre outros hormônios, são associados a uma série de efeitos colaterais graves e imprevisíveis, indo desde complicações cardiovasculares até problemas renais, hepáticos, musculares, infecções e manifestações psicológicas.

Os especialistas advertem que não há dose segura para o uso desses hormônios para fins estéticos ou de performance, enfatizando que os riscos à saúde superam qualquer possível benefício. Eles apelam para que a Anvisa intensifique o controle sobre esteroides anabolizantes e regule a manipulação de medicamentos apenas pela via de administração registrada, salientando a importância de dados científicos de eficácia, segurança e resultados a longo prazo.

Até o momento, a Anvisa não se pronunciou sobre o pedido das entidades, que ressaltam a necessidade urgente de medidas regulatórias para mitigar os riscos associados ao uso indiscriminado desses implantes hormonais.