Empresário, pais, advogado e policial são denunciados por série de golpes na venda de carros
- porRedação
- 16 de Fevereiro / 2024
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Diego Aparecido Francisco | Créditos: Reprodução / O Jacaré
O Ministério Público Estadual formalizou uma denúncia contra Diego Aparecido Francisco, empresário de 38 anos, seus pais, um advogado e um policial civil, acusando-os de associação criminosa e estelionato. As acusações, registradas junto à 2ª Vara Criminal de Dourados, envolvem uma série de golpes na comercialização de veículos, culminando em possíveis penas de prisão e uma ordem de reparação de danos no valor de R$ 2,5 milhões.
A denúncia foi apresentada na última sexta-feira (9) pelo promotor de Justiça Eduardo Fontecielha De Rose. Além de Diego, foram denunciados seus pais, Izabel Cristina Ferreira Francisco e Sérgio Francisco Filho, ambos de 60 anos, o advogado Célio Poveda, 70 anos, e o policial civil Joventino Floriano da Silva, 50 anos.
De acordo com a ação penal, o grupo se associou para praticar crimes de estelionato no setor de venda de veículos, utilizando a empresa Negócios MS, oficialmente registrada em nome da mãe do empresário, mas utilizada para conduzir negócios fraudulentos. Segundo De Rose, embora a empresa esteja registrada como sendo do ramo alimentício, sua principal atividade era a comercialização fraudulenta de veículos.
As vítimas, em depoimento à Polícia Civil de Dourados, afirmaram que os negócios eram conduzidos na sede da Negócios MS, localizada no Bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande.
O advogado Célio Poveda, segundo o promotor, agia como representante legal de Diego e auxiliava nas cobranças das vítimas, sendo frequentemente visto na sede da empresa na capital sul-mato-grossense.
O policial civil Joventino, por sua vez, utilizava sua posição na força policial para fornecer informações privilegiadas a Diego, acessando o sistema do SIGO para obter dados sobre veículos, boletins de ocorrência e potenciais vítimas. Durante o período de janeiro a agosto do ano anterior, o agente realizou consultas que geraram um total de 61 páginas no sistema.
Além disso, o policial também auxiliava Diego a intimidar as vítimas, desencorajando-as de registrar queixas na delegacia, utilizando uma viatura da Polícia Civil e comparecendo armado às reuniões, sendo apresentado como "Dr. Delegado" por Célio e Diego.
Um funcionário da empresa revelou à polícia que movimentou cerca de R$ 6 milhões para Diego com a venda dos veículos. Na denúncia, o promotor citou três vítimas principais: a primeira teve um prejuízo de R$ 1,4 milhão ao não receber um Porsche, um caminhão e uma SW4; a segunda, um garagista, perdeu R$ 520 mil ao adquirir seis veículos e receber apenas três; e a terceira, um empresário, ficou sem receber um caminhão avaliado em R$ 285 mil.
Em seu depoimento à polícia, Diego negou as acusações de golpe, mas reconheceu os prejuízos das vítimas. A denúncia agora está sob análise do juiz Deyvis Ecco, da 2ª Vara Criminal de Dourados.
Além disso, o magistrado deverá avaliar um pedido do advogado Ronaldo Graziozo Oliveira, que solicitou uma medida de censura para as matérias relacionadas ao caso, argumentando uma estratégia semelhante à utilizada durante a ditadura militar para silenciar o veículo de comunicação O Jacaré. Esse processo está tramitando em sigilo.