Despachante foragido: mentor de fraudes no Detran-MS tem extenso histórico criminal

| Créditos: Rachid Waqued

David Cloky Hoffmam Chita, despachante e empresário foragido após ser apontado como líder de um esquema de fraudes no Detran-MS, possui um passado marcado por acusações de roubo de veículos, falsidade ideológica e envolvimento na Operação Vostok, que investigou pagamento de propinas da JBS a autoridades estaduais em 2018.

Chita já responde a processo por fraude em documentação de veículos no Detran-MS, com modus operandi semelhante ao que levou ao recente mandado de prisão ainda não cumprido. Em fevereiro de 2014, o Ministério Público Estadual o denunciou por agir em conluio com um servidor do Detran para regularizar ilegalmente um item proibido em um veículo.

As investigações do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) revelaram que Chita cooptou uma servidora do Detran para liberar caminhões com restrições em troca de pagamentos. O esquema teria rendido cerca de R$ 290 mil em um único dia e pode ter movimentado até R$ 2 milhões, com a liberação clandestina de até 200 veículos.

Em 2014, a Polícia Civil também o apontou como membro de uma quadrilha de furto de carros, responsável pela parte documental para simular a compra e venda dos veículos.

Além das atividades como despachante, Chita possui empresas em diversos segmentos, como padaria, transporte rodoviário de carga, segurança e vigilância, revenda de veículos e oficina de motos.

O Detran-MS afirmou colaborar com as investigações e reforçou que o monitoramento interno permitiu a identificação das atividades ilícitas. Chita foi descredenciado do órgão.

Em 2023, Chita já havia sido alvo de buscas em outra operação do Dracco contra fraudes no Detran-MS, mas não havia ordem de prisão contra ele na ocasião.

A defesa de David Chita e Luiz Carlos Vareiro, também envolvido nas investigações, foi procurada para comentar as acusações, mas não se manifestou até o momento.

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