O deputado estadual Pedro Kemp (PT) cobrou, durante sessão na Assembleia Legislativa, que a Fazenda Carandazal, em Corumbá (MS), flagrada novamente com trabalhadores em condições análogas à escravidão, seja destinada à reforma agrária. A manifestação ocorreu após o Ministério Público do Trabalho (MPT) anunciar análise de ação de expropriação e multa de R$ 25 milhões contra os responsáveis pela propriedade.

Kemp, autor de emenda que impede a concessão de incentivos fiscais a empregadores na "lista suja" do trabalho escravo em Mato Grosso do Sul, elogiou a atuação do MPT e das polícias Federal e Ambiental nas fiscalizações. Ele lembrou que a mesma fazenda já havia sido alvo de operação em fevereiro, com a libertação de quatro trabalhadores em situação precária, caracterizada por ausência de registro, alojamentos insalubres e desumanos.

"Quero apoiar a ação, para que a fazenda seja disponibilizada para a Reforma Agrária", declarou Kemp, indignado com as condições encontradas, como falta de pagamento, restrição de liberdade, ameaças, cobrança por equipamentos e alimentação, e alojamentos inadequados.

O deputado Zé Teixeira (PSDB) manifestou concordância com Kemp, defendendo inclusive a mudança na nomenclatura para "escravidão". Ele ressaltou que tais casos são pontuais no estado, citando seu próprio histórico empregatício.