Deputada enfrenta ameaça de perda de mandato por suposto abuso de poder econômico nas eleições de 2022

Deputada Camila Jara PT | Créditos: Reprodução

A deputada federal Camila Jara, representante do Partido dos Trabalhadores (PT), encontra-se sob ameaça de perder seu mandato e enfrentar uma inelegibilidade de até oito anos. As acusações que pairam sobre ela referem-se a possíveis práticas de propaganda irregular e abuso de poder econômico durante o pleito eleitoral de 2022.

As alegações foram formalizadas pelo advogado Walter Benedito Carneiro Junior, que também foi candidato nas eleições gerais daquele ano. O processo instaurado por Carneiro começou a tramitar na justiça ainda em 2022.

Segundo as alegações apresentadas, Carneiro argumenta que, para conquistar seus 56.556 votos, Jara teria se utilizado do impulsionamento pago em suas redes sociais, como Instagram e Facebook, para propaganda eleitoral após o término do prazo estipulado para tal veiculação. O uso considerável de recursos financeiros nessa estratégia, conforme destacado no pedido, caracteriza o abuso de poder econômico e a utilização indevida dos meios de comunicação social.

O advogado, que seria beneficiado com a vaga caso a deputada perca o mandato, sustenta que o impulsionamento de propaganda paga nas redes sociais ocorreu até mesmo no dia 2 de outubro daquele ano, data do primeiro turno, configurando assim um potencial crime eleitoral.

Em uma passagem do processo, o denunciante declara: "Conforme dados fornecidos pela Meta, na véspera do 1º turno, Jara inundou as redes sociais com 36 novos anúncios simultâneos, com potencial de atingir juntos 2 milhões de pessoas, das quais 1,9 milhão estariam situadas no MS, enquanto os demais candidatos, em conformidade com a legislação eleitoral, já haviam cessado suas propagandas eleitorais pagas na internet."

Em resposta às acusações, Camila Jara alega que conduziu sua campanha de forma legal e expressa confiança na Justiça Eleitoral. Além disso, ressalta ter apresentado defesa contendo elementos que comprovam sua inocência.

A parlamentar também faz referência a pareceres do Ministério Público Federal que atestam sua adesão à legislação eleitoral. "Destaca-se que o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul possui jurisprudência que permite o impulsionamento nas redes sociais, da mesma forma como foi realizado pela parlamentar," afirma um trecho de sua declaração. Jara reitera estar tranquila diante da situação e solicita respeito à expressiva votação que obteve.

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