Crise na entrega de ocorrências de tráfico de drogas em MS gera impasse entre polícias

| Créditos: Divulgação/ Polícia Civil

Uma crise sem precedentes no combate ao tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul teve início na quarta-feira (10), quando delegacias da Polícia Civil passaram a se recusar a registrar ocorrências relacionadas ao crime. A situação, decorrente do fim de um termo de cooperação entre a União e o Estado, tem gerado caos e indignação entre policiais militares, que se veem impossibilitados de entregar presos e ocorrências, mantendo-os retidos em viaturas por longas horas, em condições precárias.

Em diversos casos, policiais militares se viram obrigados a acionar o Poder Judiciário para determinar a responsabilidade pelo recebimento das ocorrências e dos presos. Em um dos episódios, a Polícia Civil foi compelida a recolher um preso após a recusa da Polícia Federal.

Denúncias recebidas pelo Jornal Midiamax revelam o desespero dos policiais militares diante da situação. "Equipes estão com presos sob sua custódia a mais de 20 horas em condições precárias devido a baixa temperatura", afirmou um dos policiais. Outro militar expressou sua indignação: "As equipes policiais ficam se deslocando ao fórum, onde o juiz da audiência de custódia e não recebem, e vão para a delegacia o delegado não recebe."

O termo de cooperação, que vigorava desde 2013 e vinha sendo renovado periodicamente, estabelecia que a Polícia Civil seria responsável por receber as ocorrências de tráfico de drogas, que são de competência da Polícia Federal. O fim do acordo lançou o sistema de segurança pública do estado em um impasse, com graves consequências para o combate ao crime e para a garantia dos direitos dos presos.

A situação exige uma solução urgente por parte das autoridades competentes, a fim de restabelecer a normalidade no registro de ocorrências e garantir a devida condução dos presos, evitando que a crise se agrave ainda mais e comprometa a segurança pública em Mato Grosso do Sul.

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