Crise na Colômbia: ex-ministro diz que presidente é viciado em drogas e sumiu por dois dias
- porJornal de Brasília
- 24 de Abril / 2025
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Gustavo Petro ainda foi acusado de abuso de poder por Levya | Créditos: Reprodução/X
O ex-chanceler colombiano Álvaro Leyva acusou publicamente o presidente Gustavo Petro de ser usuário de drogas, em uma carta divulgada na quarta-feira (23) em sua conta no X. Segundo Leyva, o comportamento de Petro durante uma visita oficial à França, em junho de 2023, evidenciou o problema. Na ocasião, o presidente teria “desaparecido por dois dias” na capital francesa.
“Foi em Paris que pude confirmar que você tinha um problema de dependência química”, escreveu Leyva, que entregou a carta de quatro páginas ao gabinete da Presidência antes de torná-la pública. O ex-chanceler relatou que o desaparecimento do presidente ocorreu durante a Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, organizada pelo presidente francês Emmanuel Macron, e afirmou ter sido “a primeira testemunha de acontecimentos que ainda hoje me causam consternação”.
Ciudadanas, ciudadanos
— Álvaro Leyva Durán (@AlvaroLeyva) April 23, 2025
Me permito darles a conocer la carta que hice llegar ayer 22 de abril del año en curso, al señor Presidente de la República, doctor Gustavo Petro Urrego. Incluyo el sello comprobante de recibo en la Presidencia, hora 1:52 p.m. pic.twitter.com/5xm7QHwuKy
Leyva também relacionou o suposto uso de drogas aos frequentes atrasos, ausências e declarações confusas de Petro. “Seus desaparecimentos, chegadas tardias, declarações incoerentes e descuidos foram registrados e continuam sendo”, escreveu.
O ex-ministro afirmou ainda que, durante sua gestão, enfrentou dificuldades para debater a política externa com o presidente, alegando interferência de Laura Sarabia, assessora de confiança de Petro. Segundo ele, Sarabia controlava a agenda do presidente e atendia a “necessidades pessoais” dele.
Na mesma carta, Leyva acusa Petro de abuso de poder e de adotar um tom agressivo em discursos e nas redes sociais. “Suas recentes intervenções públicas, repletas de ameaças desnecessárias, constituem um abuso de poder”, afirmou. Ele também pediu o afastamento de aliados próximos ao presidente, como Sarabia, o embaixador na Venezuela, Armando Benedetti, e o presidente da Ecopetrol, Ricardo Roa Barragán.
La única manera para que la prensa públique cartas, es insultándome. No solo habla mal del escritor, sino de la prensa.
— Gustavo Petro (@petrogustavo) April 23, 2025
¿Es que Paris no tiene parques, museos, librerias, más interesantes que el escritor, para pasar dos días? Casi todo en París es más interesante.
¿Es que acaso…
Em resposta, Petro disse que seus dois dias em Paris foram dedicados a turismo e atividades com a família. “Paris não tem parques, museus, livrarias mais interessantes do que o escritor, para passar dois dias?”, publicou no X, em referência implícita a Leyva. Ele acrescentou que tem filhas e netas em Paris.
Aliados de Petro criticaram Leyva por não ter feito as denúncias enquanto ainda era ministro. A oposição, por outro lado, pede investigação sobre as acusações.
Leyva foi chanceler entre agosto de 2022 e o início de 2024, quando deixou o governo após ser suspenso pela Procuradoria-Geral devido a irregularidades em um contrato de passaportes. Não é a primeira vez que surgem especulações sobre o uso de drogas por Petro. Em novembro de 2023, a jornalista María Jimena Duzán publicou uma coluna na revista Cambio pedindo que o presidente admitisse publicamente uma eventual dependência química.