Contrabandistas foram pegos tentando transportar formigas gigantes no Quênia

O valor de mercado dos insetos resgatados pode chegar a cerca de R$ 45 mil | Créditos: Reprodução/X/Danchepta


Quatro contrabandistas que tentavam transportar milhares de formigas raras para venda em mercados de animais exóticos na Europa e na Ásia foram pegos pelo Kenya Wildlife Service (KWS), serviço de vida selvagem do Quênia, no último dia 5. As autoridades prenderam os infratores que tiveram o julgamento adiado para o próximo dia 23 de abril.

Em comunicado à imprensa, as autoridades quenianas informaram que as formigas foram inseridas em tubos de ensaio e em um tipo de seringa.

Ambos os compartimentos foram adaptados pelos contrabandistas para manter os insetos vivos e driblar a segurança do aeroporto.

“As investigações revelaram que os tubos de ensaio foram projetados para sustentar as formigas (vivas) por até dois meses e escapar da detecção de segurança do aeroporto. Premeditado e bem executado”, disse.
Segundo um documento judicial analisado pela agência de notícias Reuters, os agentes interromperam o contrabando de cerca de 5 mil formigas rainhas e algumas da rara espécie Messor cephalotes, armazenadas em dois mil contêineres.
O valor de mercado dos insetos resgatados pode chegar a cerca de R$ 45 mil.


O que dizem os contrabandistas
Na segunda-feira, dia 14, a quadrilha formada por um queniano, um vietnamita e dois belgas se declarou culpada das acusações de posse ilegal e tráfico de animais selvagens vivos.

No dia seguinte, eles compareceram ao Tribunal do Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta e permanecem presos aguardando novo julgamento.
O contrabandista belga, David Lornoy, disse às autoridades que não foi ao Quênia para infringir a lei.

“Não viemos aqui para infringir nenhuma lei. Viemos por acidente e estupidez”, afirmou.

Novas espécies na mira
No mesmo comunicado, o KWS observou que este caso pode sinalizar uma mudança de foco entre os contrabandistas de animais, que estariam optando por espécies fora do esperado pelas autoridades.

“Este caso sem precedentes sinaliza uma mudança nas tendências do tráfico. De grandes mamíferos icônicos para espécies menos conhecidas, mas ecologicamente críticas”, afirma.

Uma fonte não identificada do comércio de formigas revelou à Reuters que é necessário um tipo específico de licença para exportar a rara espécie Messor cephalotes. A fonte completou que esse tipo de inseto é muito procurado e difícil de encontrar.

O KWS classificou o caso como um marco na luta contra a biopirataria, por envolver a tentativa de exportação de recursos genéticos do Quênia sem consentimento e em violação direta da lei.

Compartilhe: