Cel Davi (PL) se abstém de comentar sobre colega Deputado apontado como líder do Jogo do Bicho em MS
- porMídiamax
- 26 de Dezembro / 2023
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Deputado estadual, Cel David | Créditos: (Divulgação, Alems)
O deputado estadual Coronel Davi (PL) adotou uma postura cautelosa ao se recusar a tecer comentários a respeito de seu colega de partido, o deputado estadual Neno Razuk, recentemente apontado em investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) como o suposto novo líder do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul.
Indagado pela equipe de reportagem nesta terça-feira (26) se havia discutido o assunto com o parlamentar em questão e qual era sua perspectiva acerca das acusações envolvendo seu colega na Assembleia Legislativa, o deputado preferiu não se posicionar: "Eu não vou emitir opinião."
De acordo com a denúncia da Operação Sucessione, Neno Razuk é apontado como o líder de uma organização criminosa envolvida em uma série de atividades ilícitas, incluindo roubo majorado, exploração de jogos de azar e corrupção, entre outros delitos. O major Gilberto Luiz, identificado como gerente do grupo, tinha a responsabilidade de resguardar a identidade do líder, Neno Razuk.
A denúncia detalha que Razuk adquiriu uma residência que servia como local de encontro para os membros da organização criminosa, que se reuniam regularmente às segundas, quartas e sextas-feiras. Um dia antes da apreensão das máquinas do jogo do bicho no Monte Castelo, uma dessas reuniões resultou na decisão de atacar os concorrentes. A denúncia ainda descreve a utilização de um veículo Volkswagen Polo branco para realizar roubos de malotes, totalizando um valor de R$ 15 mil em três ocorrências.
A estratégia do grupo liderado por Neno envolvia trazer os apostadores e arrecadadores de São Paulo para se unirem à organização. Os assaltos eram acompanhados de ameaças aos membros do grupo rival. Os veículos utilizados nos roubos eram um Volkswagen Polo, um Fiat Pálio e um Hyundai HB20. Além do dinheiro, o grupo oferecia aos arrecadadores um valor de R$ 4 mil e uma comissão de 5%.
A denúncia salienta que as reuniões da organização criminosa eram essenciais para debater estratégias, resultados e planos futuros, evidenciando um conhecimento dos membros do grupo sobre técnicas de investigação criminal, evitando deixar rastros em dispositivos eletrônicos ou interceptações telefônicas.
A lista de pedidos de prisão temporária na primeira fase da Operação Sucessione incluía diversos nomes, como o de Neno Razuk, que foi indeferido, além de outras personalidades como Diego de Souza Nunes, José Eduardo Abdulahad (conhecido como ‘Zeizo’), entre outros.
Na segunda fase da operação, Jonathan Gimenez Grance (‘Cabeça’), Gerson da bateria (ex-fornecedor da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul) e o militar aposentado Carlito Gonçalves Miranda (conhecido como ‘Gambá’) foram alvos de busca e apreensão. Entretanto, ao menos dois desses alvos não foram encontrados em Campo Grande, pois estavam viajando. Conversas extraídas de celulares apreendidos na primeira fase levaram às buscas da segunda fase.
As investigações revelaram que a organização criminosa contava com policiais militares da reserva e um ex-policial militar, aproveitando-se de seu status e porte de arma para dominar a exploração do jogo ilegal, visando controlar Campo Grande como território próprio.
Um total de 15 pessoas foi indiciado por fazerem parte de uma organização criminosa estruturada, armada e com divisão de tarefas, focada na exploração ilegal do jogo do bicho, roubos majorados e corrupção, dentre outros crimes graves.
As investigações também confirmaram a ligação da 'guerra do jogo do bicho' com contravenção na Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), conforme reportado anteriormente pelo Jornal Midiamax. O deputado Neno Razuk (PL) foi alvo de busca e apreensão, e quatro de seus assessores foram presos.
O empresário José Eduardo Abdulahad, também alvo das investigações, foi alvo de mandado de prisão, sendo apontado como parte da organização criminosa responsável por diversos roubos em Campo Grande, em busca do controle do jogo do bicho local. A investigação destacou a profunda penetração da organização criminosa nos órgãos de segurança pública, contando com a participação de policiais, demonstrando uma periculosidade peculiar.