Em alusão ao Abril Azul, a Prefeitura de Campo Grande reforçou as ações do Plano de Atendimento à Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), lançado em maio de 2024. A iniciativa, executada pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), busca garantir acolhimento, diagnóstico precoce e suporte contínuo às famílias, com atuação desde a atenção primária até os serviços de urgência e emergência.

Desde a implementação, o município inaugurou uma sala sensorial na UPA Universitário e capacitou médicos, enfermeiros e outros profissionais para o reconhecimento precoce do TEA. A formação ocorreu em abril, com foco no uso de ferramentas clínicas e orientação às famílias. Participaram equipes da rede municipal, instituições do interior e outras secretarias.

Segundo a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, o plano representa um avanço na política de inclusão. Já a médica Gislayne Budib, da RAPS, destacou que o conhecimento técnico aliado à empatia é essencial no atendimento humanizado. “O TEA não é uma doença, mas uma forma diferente de estar no mundo”, afirmou.

Campo Grande poderá ser a primeira cidade brasileira a implantar salas sensoriais em unidades de urgência do SUS. Esses espaços, baseados na neuroarquitetura, oferecem ambiente acolhedor com luz adaptada, aromaterapia e brinquedos lúdicos. A meta é expandir o modelo em 2025.

De setembro de 2024 a fevereiro de 2025, a rede municipal registrou 2.654 atendimentos relacionados ao TEA, principalmente entre crianças de 5 a 9 anos. Os dados reforçam a necessidade de um plano estruturado para lidar com a demanda.

A Sesau mantém ações contínuas de capacitação e articulação de políticas públicas por meio de grupos como a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (COMPED). O plano local segue diretrizes do Ministério da Saúde e busca consolidar Campo Grande como referência nacional no atendimento a pessoas com autismo no SUS.