Cadastro de pedófilos: deputado e juiz divergem sobre castração química

| Créditos: Assessoria

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (12) um projeto de lei que cria um cadastro nacional de pedófilos, a ser organizado pelo Conselho Nacional de Justiça. O texto também prevê a castração química de condenados por crimes sexuais contra crianças e adolescentes. A medida gerou debate entre especialistas, com alguns defendendo a iniciativa e outros questionando sua efetividade.

O deputado estadual Cel Davi (PL), autor da Lei 5038/17 que criou o Cadastro Estadual dos Pedófilos em Mato Grosso do Sul, comemorou a aprovação do projeto. "É um grande instrumento de defesa para as famílias usarem na proteção de nossas crianças", afirmou. O cadastro estadual já conta com mais de 500 nomes e fotos de condenados com trânsito em julgado.

Para o deputado, a castração química é uma medida necessária para combater a reincidência de crimes sexuais. "Recentemente, em Campo Grande, um avô foi preso em flagrante abusando da neta. Ele já havia sido preso por abusar de outra neta. Isso mostra que a punição penal não vem surtindo efeito", argumentou.

No entanto, o juiz federal aposentado Dr. Odilon de Oliveira contesta a eficácia da castração química. "Na verdade, esse desvio não está no que compõe o órgão genital, mas no cérebro do estuprador. Se castrado, ele irá usar outro instrumento para cometer esse tipo de delito", declarou em um grupo de debate.

| Créditos: Reprodução/Folha se SP

Em resposta, Cel Davi afirmou que a castração química pode reduzir a libido do agressor e, consequentemente, a ocorrência de novos crimes. "Em segurança pública, temos dificuldades de evitar que o crime aconteça, mas usando as possibilidades existentes e estratégias de prevenção, o número de crimes que deixarão de acontecer mostrará que a castração química terá valido a pena", concluiu.

O projeto de lei segue agora para análise do Senado Federal.

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