Clínicas interditadas por maus-tratos seguem em atividade clandestina e são fechadas novamente pela Defensoria

| Créditos: Foto: Defensoria Pública


Duas clínicas de tratamento para dependentes químicos em Mato Grosso do Sul, anteriormente interditadas pela Justiça, foram flagradas operando clandestinamente. As unidades, conhecidas como "Fazendinha" e "Filhos de Maria", foram novamente fechadas na última sexta-feira (13) durante uma operação da Defensoria Pública estadual.

A ação teve início após denúncias de que a clínica "Os Filhos de Maria" estaria em funcionamento irregular sob nova gerência. Apesar da negação dos responsáveis, a equipe da Defensoria Pública encontrou funcionários no local e, com informações prévias, localizou três pacientes escondidos em um posto de combustíveis nas proximidades. Um dos indivíduos possuía contrato assinado com a instituição, evidenciando a continuidade das atividades mesmo após a interdição judicial.

A defensora pública Eni Maria Sezerino Diniz, coordenadora do Núcleo de Atenção à Saúde (NAS), explicou que foram identificadas pessoas internadas de forma clandestina, o que levou ao acionamento dos familiares e à garantia de atendimento médico emergencial para os pacientes.

A fiscalização também se estendeu à unidade "Fazendinha", onde as mesmas práticas ilegais que motivaram a interdição anterior foram observadas. Além disso, foi descoberta uma tentativa de abrir uma nova unidade anexa com outro nome, mas com os mesmos responsáveis e condutas irregulares.

Diante da suspeita de transferência de pacientes para um terceiro local clandestino, a Defensoria Pública, com apoio da Polícia Civil de Dourados e da Defensoria local, realizou uma nova fiscalização em uma chácara em Nova Alvorada do Sul. No local, foram encontrados pacientes dopados e com sinais de maus-tratos.

Ambas as clínicas foram novamente interditadas, desta vez por meio de uma ação administrativa da Vigilância Sanitária Municipal, que determinou o encerramento imediato de suas atividades. A Defensoria Pública afirmou que continuará monitorando o caso para garantir a responsabilização dos envolvidos e a proteção dos direitos dos internados e suas famílias.

A operação contou com a participação de diversos órgãos, incluindo o Ministério Público Federal, o Conselho Regional de Farmácia, a Delegacia do Consumidor (Decon) e as Vigilâncias Sanitárias Estadual e Municipal.

Compartilhe: