A Associação de Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul (ATTMS) classificou como perseguição os projetos de lei apresentados pelo vereador Rafael Tavares (PL) que restringem os direitos da população LGBTQIAPN+. Um dos projetos proíbe a presença de crianças de até 12 anos na Parada do Orgulho Gay.

Em nota, a coordenadora-geral da ATTMS, Mikaella Lima Lopes, afirma que Tavares mantém uma postura sistemática de perseguição à comunidade LGBTQIAPN+ desde sua atuação como deputado estadual. A associação critica o vereador por priorizar projetos que promovem exclusão e reforçam preconceitos, em vez de abordar temas como saúde, educação e segurança.

A ATTMS rebate o argumento de que a presença de crianças em eventos LGBTQIAPN+ representa um risco, afirmando que não há evidências que sustentem essa afirmação. A associação destaca que tais eventos promovem inclusão, empatia e respeito, e que a maioria dos casos de abuso infantil ocorre em lares "heteronormativos" e/ou em contextos religiosos.

Outro projeto polêmico apresentado por Tavares estabelece o sexo biológico como único critério para definição de gênero em competições esportivas. A ATTMS considera a proposta discriminatória e cientificamente infundada, pois ignora normativas internacionais, como as do Comitê Olímpico Internacional, que permitem a participação de mulheres trans em competições femininas desde que atendam a critérios hormonais e científicos específicos.

A ATTMS anunciou que tomará medidas cabíveis para barrar os projetos, acionando o Ministério Público, o Conselho Nacional do Esporte e outras instituições.

Jornalista Alcina Reis publica editorial sobre o tema:

Em meio à polêmica, a jornalista Alcina Reis publicou um editorial intitulado "A Homofobia Escancarada e a Cegueira Moral", no qual aborda a situação e expõe sua opinião sobre o assunto.