Agência de inteligência da Holanda alerta para intensificação de ataques cibernéticos russos na Europa
- porRedação
- 22 de Abril / 2025
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| Créditos: Gavriil Grigorov / SPUTNIK / AFP
A Rússia tem ampliado ataques cibernéticos e operações híbridas contra países europeus, com o objetivo de desestabilizar sociedades e atingir infraestruturas críticas, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (22) pela MIVD, agência de inteligência militar da Holanda.
De acordo com o documento, a ameaça russa permanece alta mesmo com a possibilidade de cessar-fogo na guerra contra a Ucrânia, que já ultrapassa três anos. O relatório afirma que, em 2023, hackers russos realizaram o primeiro ataque de sabotagem cibernética contra um serviço público holandês. A tentativa foi frustrada e teve impacto limitado, sem identificação do alvo.
O ministro da Defesa da Holanda, Ruben Brekelmans, afirmou que o país vive “em uma zona cinzenta entre a guerra e a paz” e defendeu o fortalecimento das forças armadas e da indústria de defesa para enfrentar riscos crescentes.
A MIVD também destacou a intensificação de táticas híbridas russas, como espionagem, desinformação e sabotagem física. Durante as eleições europeias de 2024, por exemplo, hackers tentaram afetar o processo eleitoral holandês, atacando sites de partidos políticos e sistemas de transporte público.
O relatório menciona ainda o mapeamento de infraestruturas críticas no Mar do Norte — como cabos de internet e sistemas de energia —, possivelmente como preparação para futuras ações de sabotagem.
As preocupações da Holanda ecoam alertas feitos por outros países europeus, como o Reino Unido, que acusou a Rússia de promover ações de sabotagem no continente. A relação entre Rússia e Holanda se deteriorou após a queda do voo MH17, em 2014, abatido por um míssil russo no leste da Ucrânia, matando 193 holandeses entre os 298 passageiros.
A MIVD também menciona a China como uma ameaça relevante, em razão do apoio a Moscou e da crescente atividade de espionagem cibernética, especialmente voltada ao setor de semicondutores.
Apesar das acusações, Rússia e China negam envolvimento em ações hostis.
Fonte: R7