Waldir Neves usava laranjas para desviar dinheiro público e adquirir imóveis de luxo, revela PF

| Créditos: Reprodução TCE-MS

A Operação Casa de Ouro, deflagrada pela Polícia Federal, na quarta-feira (10) que investiga um esquema de desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro no Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), teve como principal alvo da operação o conselheiro afastado e ex-presidente da Corte, Waldir Neves, que teria utilizado uma rede de empresas e laranjas para ocultar o patrimônio adquirido com recursos desviados.

A investigação apontou que o esquema teve início na gestão de Neves à frente do TCE-MS, com a contratação de empresas por meio de licitações fraudulentas. As empresas, como Dataeasy Consultoria e Informática LTDA, Docsys Tecnologia, Docsysnet Gestão Eletrônica e OML2, receberam vultosas quantias para a prestação de serviços que nunca foram executados ou eram superfaturados.

O dinheiro desviado era então transferido para terceiros, em uma complexa cadeia de laranjas, até chegar a Waldir Neves, que ocultava os bens em nome de familiares e amigos para evitar a fiscalização da Receita Federal. A PF descobriu que a loja Eletro Móveis, de propriedade de Milton Cappi, era utilizada para converter o dinheiro em espécie e facilitar o pagamento de propina a membros do Tribunal, incluindo Neves.

O advogado de Waldir Neves, Ronaldo Souza Franco, negou as acusações e afirmou que seu cliente não tem relação com as transações apontadas pela PF. Franco ressaltou que a operação não mirou endereços ligados a Neves, mas sim cinco empresários que ele desconhece.

A operação Casa de Ouro resultou em buscas e apreensões, além da quebra de sigilo de investigados. O ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o pedido de prisão de Waldir Neves, mas autorizou as demais medidas cautelares.

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