A vereadora Luiza Ribeiro, do Partido dos Trabalhadores (PT), submeteu à apreciação da Câmara Municipal de Campo Grande um projeto de Lei que visa estabelecer o Dia Municipal do Preto Velho na cidade. A data sugerida para a celebração é o dia 13 de Maio, coincidindo com o marco histórico da Abolição da Escravatura.

O projeto, conforme divulgado pelo gabinete da vereadora, busca reconhecer e enaltecer a riqueza da cultura das religiões de matriz africana, com destaque para a Umbanda, onde a celebração do Dia de Preto Velho é tradicionalmente observada. Além disso, a iniciativa tem como objetivo primordial valorizar as tradições e a ancestralidade dos povos africanos, afro-brasileiros e ameríndios.

As atividades propostas serão realizadas na Praça do Preto Velho, localizada no Parque Linear do Bandeira, situado na Av. Fábio Zahran, e integrarão o Calendário Oficial de Eventos e Festividades do Município de Campo Grande.

Os Pretos Velhos, segundo esclarecimentos fornecidos pelo gabinete da vereadora, são entidades reverenciadas na Umbanda, representando os africanos mais idosos que sofreram a cruel experiência da escravidão. A história de resistência e sabedoria desses indivíduos durante os tempos de cativeiro os transforma em símbolos significativos de renovação e superação.

Além de celebrar a cultura afro-brasileira, a proposta almeja conscientizar a população sobre a história e a religiosidade afro-brasileiras, com o intuito de combater o racismo estrutural que persiste na sociedade.

A escolha da Praça do Preto Velho como local para as celebrações possui um profundo simbolismo, visto que o espaço abriga um monumento em homenagem às culturas africanas, representado por uma estátua do Preto Velho. A comunidade das religiões de matriz africana mantém uma conexão histórica com o local, empenhando-se em sua preservação e revitalização há quase três décadas.

O projeto de instituir o Dia Municipal do Preto Velho agora seguirá para análise das comissões da Câmara Municipal de Campo Grande. Caso seja aprovada, a data será oficialmente incorporada ao calendário cultural da cidade, fortalecendo assim o reconhecimento e a promoção da cultura afro-brasileira, além de contribuir para a luta contra o racismo e a desigualdade social.