Veja andamento de rota que vai interligar Brasil e Peru e facilitar comércio com a China
- porR7
- 14 de Maio / 2025
- Leitura: em 7 segundos

Mapa das ferrovias Fiol e Fico, e estudo para continuação até o porto de Chancay (Peru) | Créditos: Reprodução/Ministério dos Transportes
O Brasil avalia, desde 2014, a criação de uma ferrovia bioceânica para ligar o oceano Atlântico ao Pacífico, em uma rota que atravessa o Brasil e alcança o Peru. A estratégia diminuiria em cerca de 10 mil quilômetros a distância percorrida entre Brasil e China, segundo informações divulgadas pelo próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma década depois, no entanto, o acordo discutido em 2014 não saiu do papel. Agora, o tema voltou a debate, mas com oportunidades reais de ser finalizado, segundo o secretário Nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Cezar Ribeiro. De acordo com ele, uma estratégia de integração multimodal, utilizando hidrovias, rodovias e ferrovias, pode acelerar a criação desta rota.
A Ferrovia Bioceânica pretende interligar Ilhéus (BA) ao porto de Chancay, no Peru, com trajeto passando por regiões-chave do agronegócio brasileiro, incluindo o Matopiba, a área de fronteira entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Nesta semana, durante agenda em Pequim, na China, o presidente Lula defendeu a iniciativa, tanto em fórum com empresários, como em discurso após reunião bilateral com o presidente chinês, Xi Jinping.
“Na área de infraestrutura são inúmeras as oportunidades de cooperação em projetos em torno do desenvolvimento. O corredor ferroviário leste-oeste, que vai interligar o Brasil, será o empreendimento fundamental para a logística brasileira e um dos mais transformadores projetos para a garantia da segurança alimentar do mundo”, avaliou.
Lula disse que “conectar o oceano Atlântico ao Pacífico por meio de cinco rotas de integração, facilitará o intercâmbio comercial e levará mais desenvolvimento para o interior do continente americano”.
“A rota bioceânica encurtará a distância entre Brasil e China em aproximadamente 10 mil quilômetros. As rotas são mais do que corredores de exportação entre Atlântico e Pacífico, são vetores de indução do desenvolvimento”, defendeu o presidente.
Lula também citou, como exemplo da boa relação entre China e Brasil, a nova rota marítima ligando o Porto de Gaolan, em Zhuhai, aos portos de Santana e Salvador, “inaugurada no mês passado [abril], eles são uma conquista adicional para a região norte e região nordeste brasileira”.
Desenvolvimento do projeto
Mapa das ferrovias Fiol e Fico, e estudo para continuação até o porto de Chancay (Peru) | Créditos: Reprodução/Ministério dos Transportes
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, defendeu que a medida representa uma revolução. “Quando esse projeto se concretizar, transformaremos todo o cenário econômico do Brasil. Estamos levando desenvolvimento a uma região atualmente considerada a mais rica devido à qualidade de seu solo e agronegócio, mas que carece de infraestrutura”, afirmou.
Segundo ela, “o projeto da ferrovia tornará o Brasil muito mais competitivo”. “É uma mudança radical. Impactará diretamente às regiões do Norte, Centro-Oeste, interior do Sudeste e do Nordeste. Seu efeito sobre o desenvolvimento é comparável ao que uma reforma tributária provocaria nas indústrias do Sul e Sudeste”, disse.
O desenho da ferrovia está sendo desenvolvido pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, em colaboração com a Casa Civil, o Ministério dos Transportes e o Ministério dos Portos e Aeroportos.
Embora o traçado da ferrovia ainda esteja sendo definido, a intenção é conectar a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), atualmente em execução, com a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), unindo-as ao Peru.