Tuta o “Novo Marcola” é transferido para presídio federal em Brasília

| Créditos: Foto: Divulgação / Polícia Federal


Marcos Roberto de Almeida, 49 anos, conhecido como "Tuta" e apontado como uma das principais lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi entregue à Polícia Federal (PF) em Corumbá, na fronteira com a Bolívia, neste domingo (18). A prisão ocorreu após ele ser detido em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, na última sexta-feira (16) por uso de documento falso.

Condenado no Brasil a 12 anos de prisão por organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, Tuta figurava na lista vermelha da Interpol desde 2020. Sua extradição foi coordenada pelos Ministérios da Justiça e Segurança Pública e das Relações Exteriores, com a participação de 50 policiais federais.

O líder criminoso foi transportado em uma aeronave da PF de Corumbá para Brasília, onde ficará custodiado na Penitenciária Federal da capital. A unidade é conhecida por isolar presos de alta periculosidade e lideranças de facções criminosas. A escolta até o presídio federal contou com 18 agentes da Polícia Penal Federal, além do apoio das polícias Militar e Civil do Distrito Federal.

Em 2020, Tuta chegou a ser considerado a principal liderança do PCC fora das prisões, sendo chamado de "novo Marcola".

Prisão na Bolívia

A prisão de Marcos Roberto de Almeida foi resultado de uma ação conjunta entre a Polícia Federal brasileira e a Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC) da Bolívia. Ele foi detido ao comparecer a uma unidade policial boliviana em Santa Cruz de La Sierra para tratar de questões migratórias, utilizando um documento falso em nome de Maicon da Silva. As informações do documento falso já constavam no banco de dados da Interpol.

Um agente boliviano acionou o oficial da PF que atua em Santa Cruz de La Sierra, que informou a central da Interpol em Brasília. A identificação de Tuta foi confirmada por meio de cruzamento de dados biométricos.

Condenação e Investigações

Em fevereiro de 2024, Tuta foi condenado pela Justiça de São Paulo, juntamente com outras três pessoas, por associação criminosa e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Sharks do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). O grupo é acusado de movimentar mais de R$ 1 bilhão para o PCC. Tuta era o único foragido entre os condenados.

Investigações posteriores apontaram para uma possível infiltração do PCC em unidades da Polícia Militar de São Paulo, com indícios de que policiais militares teriam recebido propina para impedir a prisão de Tuta e repassar informações sobre operações. Segundo o MP-SP, Tuta exercia a função de "sintonia final da rua" na facção, controlando setores ligados ao tráfico de drogas e sendo responsável pela lavagem de dinheiro proveniente das atividades criminosas por meio da aquisição de diversos imóveis.

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