Trecho sem duplicação da BR-163: Pedágio mais caro de MS que custou seis vidas

| Créditos: Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax

Na fatídica quarta-feira (10), seis vidas foram perdidas em um acidente na BR-163, entre Campo Grande e Anhanduí, reacendendo debates sobre a necessidade de duplicação da via, há muito tempo apenas prometida.

O local do acidente, no km 429, é notório por abrigar o pedágio mais caro de Mato Grosso do Sul, segundo a tabela da CCR MSVia, concessionária responsável pela rodovia. Automóveis, caminhonetes e furgões enfrentam uma taxa de R$ 9,10, em um trecho que permanece sem duplicação.

As vítimas foram identificadas como Fernanda Lopes Ritter, 35 anos; Daniel Azambuja Alves, 38 anos; José Lucas Verus de Albuquerque, 28 anos; Ezequiel Nordt, 33 anos; Jeferson Carlos Brunetto, 35 anos; e Ednaldo Ramos dos Santos, 49 anos.

O último ajuste tarifário, realizado em agosto do ano anterior, aumentou a taxa em 16,8%. Em contrapartida, o pedágio mais acessível situa-se em Mundo Novo, no início da rodovia, com custo de R$ 6, mais de R$ 3 abaixo do valor cobrado em Campo Grande.

A CCR MSVia mantém nove pontos de pedágio no estado, e o valor cobrado no local do acidente apenas iguala-se ao ponto oito, em Rio Verde de MT.

Os trechos duplicados apresentam tarifas dobradas, podendo alcançar R$ 54,60 para caminhões com reboque e caminhão-trator com semirreboque de seis eixos. Há anos, pressões por investimentos e duplicações em trechos críticos são dirigidas à CCR MSVia.

A empresa, pressionada pelas demandas por obras, chegou a devolver a concessão, mas posteriormente reconsiderou. No entanto, um processo de relicitação já estava em curso. Embora a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) tenha planejado a relicitação da rodovia em 2020, optou-se pela repactuação do contrato com a MSVia, considerada mais vantajosa.

A conclusão do processo depende da aprovação final do TCU (Tribunal de Contas da União). Segundo Waldo Perez, CFO da CCR, o prazo para uma resposta do grupo de trabalho criado pelo órgão é de 90 a 120 dias.

Após o acidente envolvendo quatro veículos, o km 429 ficou bloqueado para a perícia, com a carga de milho de uma das carretas espalhada pela pista. Uma fila de veículos se estendeu por quilômetros em ambos os sentidos, com o congestionamento alcançando 12 km e persistindo por cerca de 7 horas até a liberação da passagem em sistema pare e siga pela CCR no início da tarde.

Posteriormente, a pista foi novamente interditada no final da tarde, mas parcialmente liberada posteriormente. Se duplicada, o trecho poderia ter evitado o congestionamento decorrente do acidente.

Uma possível ultrapassagem indevida por parte do motorista da carreta carregada com porcos, que seguia sentido Campo Grande, é apontada como causa do acidente. O veículo colidiu com um caminhão de alimentos, um carro de passeio e uma carreta de milho, que seguiam no sentido contrário. As causas precisas do acidente ainda estão sendo investigadas pela perícia, conforme relatado pelo delegado Willian Rodrigues, da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, responsável pelo atendimento à ocorrência.

Com informações do Midiamax

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