Tragédia Anunciada: Irregularidades ambientais no Nasa Park, quem responde?

| Créditos: Foto: Henrique Kawaminami/Campo Grande News

O rompimento da barragem no loteamento de luxo Nasa Park, ocorrido na última terça-feira (20), não foi apenas um desastre ambiental, mas o desfecho trágico de uma sequência de negligências que se arrastaram por anos. A empresa A&A Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda, proprietária do Nasa Park I e II, já havia sido alertada sobre irregularidades ambientais, mas preferiu ignorar as notificações e as consequências de suas ações.

A barragem do lago no Nasa Park, construída sem qualquer autorização do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), vinha acumulando problemas desde 2019, quando o órgão identificou fissuras e a necessidade urgente de melhorias na estrutura. Classificada com risco "Alto" pelo Imasul, a barragem era uma bomba-relógio que, ao estourar, causou danos irreversíveis ao meio ambiente e prejuízos incalculáveis aos moradores.

Apesar de dois laudos e várias notificações, a empresa se manteve inerte, permitindo que a vegetação tomasse conta do talude e que o sistema de drenagem ficasse obstruído. Os avisos foram ignorados por cinco anos, até que o pior aconteceu. Agora, diante da catástrofe, o Imasul emitiu multas que, embora somem R$ 800 mil, são insuficientes frente ao tamanho do estrago. A multa de R$ 40 mil ao proprietário, em particular, soa como um valor irrisório, incapaz de refletir a gravidade da situação.

A falha não é apenas do empreendimento. O intervalo de cinco anos entre as notificações e o rompimento evidencia uma falha estrutural na fiscalização e no cumprimento das leis ambientais. A questão que fica é: por que se permitiu que tanto tempo passasse sem ações efetivas? A tragédia no Nasa Park deve servir como um alerta para que situações semelhantes não voltem a ocorrer, exigindo uma fiscalização mais rígida e um compromisso real com o meio ambiente.

Compartilhe: