STF bloqueia R$ 30 milhões e afasta juiz em nova fase de investigação sobre venda de sentenças no TJMT
- porRedação
- 29 de Maio / 2025
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| Créditos: © Polícia Federal
Uma nova fase da operação que investiga um grupo de assassinos de aluguel e a venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) resultou na retenção de cerca de R$ 30 milhões em bens e valores ligados à suposta organização nesta quinta-feira (29).
O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou três mandados de busca e apreensão no estado, além do afastamento de um magistrado de suas funções públicas e a proibição de que ele deixe o país, com o recolhimento de seu passaporte.
Os bens e valores foram sequestrados, tornando-se indisponíveis até a decisão final do processo, com o objetivo de evitar a deterioração ou perda do montante.
As investigações apontam para um esquema de lavagem de dinheiro, montado para dissimular pagamentos milionários de propinas em troca de decisões judiciais proferidas por um magistrado vinculado ao TJMT.
Entenda o caso
A investigação sobre a corrupção no judiciário ganhou um novo capítulo com a prisão de cinco homens pela morte do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023. A existência de um grupo armado de militares aposentados foi inicialmente descoberta pela Polícia Civil de Mato Grosso.
Zampieri atuava em causas de disputas milionárias de terras em Mato Grosso. As investigações iniciadas no estado já indicavam que o advogado tinha boa relação com desembargadores e autoridades do judiciário, apontando negociações de decisões judiciais.
A Polícia Federal (PF) em Mato Grosso realizou operações para apurar o envolvimento de juízes, resultando no afastamento de magistrados de seus cargos.
Após o assassinato de Zampieri, o celular do advogado foi apreendido na cena do crime. O grande interesse da viúva em recuperar o aparelho chamou a atenção da justiça. Em uma decisão, o juiz do TJMT, Wladymir Perri, confiscou o conteúdo extraído do celular pela Polícia Civil e colocou todo o processo sob sigilo.
Preocupado com um possível descarte de provas, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que a polícia acompanhasse a extração das cópias dos materiais apreendidos, garantindo a preservação das provas e seu encaminhamento à corregedoria, com a proibição de descarte.
Investigação se expande para Brasília
Com o avanço das investigações, o lobista Andreson de Oliveira, sócio e parceiro de Zampieri nas negociações com o judiciário, foi alvo de operações da PF em Cuiabá e Brasília. O escândalo de venda de sentenças começou a migrar para a capital federal, agora em uma corte superior, o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Assessores de ministros do STJ foram afastados e Andreson foi preso.