Após 15 anos de espera, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca (Mapa) finalmente concedeu o registro oficial à raça de ovinos Soinga. Criada predominantemente no Nordeste brasileiro, a Soinga, antes considerada um ecótipo, agora é reconhecida como uma raça distinta.

O processo de homologação, publicado no Diário Oficial da União em janeiro, revela que 40 criadores no Rio Grande do Norte são responsáveis por um rebanho de mais de 4 mil cabeças. A raça também se espalhou pela Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco, onde se originou, a partir do cruzamento das raças Somalis Brasileiro, Morada Nova e Bergamácia Brasileira.

A superintendente de Registro Genealógico da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), Magali Moura, explicou que a homologação exigiu diversas etapas junto ao Mapa. Após solicitações em 2008 e 2018, que não foram aceitas, foram necessários mais dados, incluindo mapeamento genético e estudos genômicos. Com o volume de animais e os novos dados de produção, o ministério finalmente aprovou.

Karoline Lopes, inspetora técnica da Arco e criadora de Soingas, destaca a adaptabilidade da raça tanto em regiões de seca quanto de chuva. Ela relata que durante uma seca recente, a Soinga foi a única raça que não perdeu peso e continuou a criar os filhotes com sucesso.

Os ovinos Soinga são rústicos, adaptados ao semiárido, com aptidão para carne e couro, além de alta habilidade materna. Os machos adultos podem pesar de 40 a 70 quilos e as fêmeas de 40 a 60 quilos. Com a inclusão da Soinga, a Arco agora detém o registro genealógico de 32 raças.