Situação é crítica no Pantanal devido à seca e altas temperaturas

| Créditos: Bruno Rezende

A falta de chuvas e as temperaturas elevadas na Bacia do Alto Paraguai, que engloba os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, estão agravando a situação de seca na região. Autoridades responsáveis pelo assunto reuniram-se nesta terça-feira (7) em uma sala de crise virtual convocada pela Agência Nacional de Águas (ANA), com apresentações de técnicos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico.

Dados do Cemaden indicam que Mato Grosso do Sul e Mato Grosso já enfrentam situação de seca, afetando a maioria das propriedades rurais. Apenas 5% do território sul-mato-grossense não está sofrendo com a escassez hídrica. As altas temperaturas previstas para as próximas semanas devem agravar ainda mais a situação, aumentando a probabilidade de incêndios florestais.

A transição do El Niño para o La Niña nos próximos meses não traz previsão de melhora na distribuição de chuvas, indicando que a seca pode persistir. Espera-se, no entanto, uma queda brusca das temperaturas com a chegada do inverno, sob influência do La Niña.

Diante da estiagem iminente, a ANA está preparando uma nota para emitir uma "declaração de escassez hídrica", medida que permitiria às empresas concessionárias de água impor tarifas emergenciais para evitar o desabastecimento. A decisão deve ser tomada nos próximos dias.

A nota técnica da ANA destaca a importância de instituir uma Sala de Crise para acompanhar e viabilizar medidas que mitiguem os impactos da seca sobre os usos da água na região do Pantanal. Entre os possíveis impactos estão o comprometimento do abastecimento humano em cidades como Porto Murtinho, Corumbá e Ladário, além de possíveis problemas na navegação comercial devido à diminuição do calado do rio.

Com o nível do rio Paraguai abaixo da média histórica e com previsão de redução, é possível que a captação de água seja suspensa ou que sejam necessários investimentos adicionais para garantir o fornecimento.

A próxima reunião da Sala de Crise da Bacia do Alto Paraguai está marcada para o dia 4 de junho, novamente de forma virtual, para avaliar a situação e discutir novas medidas de enfrentamento da seca. Além da ANA, participam representantes de diversas instituições, como o Serviço Geológico do Brasil, o Instituto Nacional de Meteorologia e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

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