Sete trabalhadores, incluindo indígenas e adolescentes, são resgatados em condições análogas à escravidão em fazenda de Porto Murtinho
- porRedação
- 04 de Abril / 2025
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| Créditos: Divulgação/MPT
Uma operação conjunta do Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul (MPT-MS) e da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), com apoio aéreo, resgatou sete trabalhadores em situação análoga à escravidão em uma fazenda de Porto Murtinho, na fronteira com o Paraguai, nesta quinta-feira (3). Entre os resgatados, estavam três indígenas e dois adolescentes.
A fiscalização constatou a ausência de água potável, banheiros e alojamentos adequados na propriedade. Relatos dos trabalhadores indicam que preferiam beber água da chuva devido à má qualidade da água de um poço existente. Apenas um dos trabalhadores possuía registro formal e atuava como capataz, sendo responsável pela contratação dos demais. Ele afirmou ter reportado as condições precárias ao empregador, que prometeu, sem sucesso, construir um alojamento. Os trabalhadores dormiam sob lonas, em colchões velhos. Outro resgatado relatou a inexistência de folgas e a falta de instalações sanitárias, sendo obrigado a realizar suas necessidades fisiológicas no mato e a tomar banho de forma improvisada.
O proprietário da fazenda foi autuado em flagrante e notificado para uma audiência extrajudicial. O MPT-MS buscará um acordo para a regularização das condições de trabalho, o pagamento de verbas rescisórias e indenizações por danos morais individuais e coletivos.
Com este caso, sobe para 33 o número de trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão em propriedades rurais de Porto Murtinho e Corumbá somente em 2025.