Funcionários da Santa Casa de Campo Grande estão à beira de uma paralisação, ameaçando entrar em greve caso o pagamento de salários não seja efetuado nas próximas 72 horas. A decisão foi tomada durante uma assembleia realizada no início da tarde desta quarta-feira (10), na qual foi aprovado o indicativo de greve.

Helena Delgado, vice-presidente do Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), esclareceu que, após o prazo estabelecido, 70% dos trabalhadores deixarão seus setores, mantendo apenas 30% em atividade. A intenção é preservar serviços críticos, como terapias intensivas, com 50% de pessoal nos CTIs (Centros de Tratamento Intensivo).

Os funcionários do maior hospital do Estado deveriam ter recebido seus salários na sexta-feira passada, quinto dia útil de janeiro, entretanto, não há perspectiva de quando os pagamentos serão efetuados. A Santa Casa justifica a situação alegando a falta de repasses de recursos da Prefeitura de Campo Grande e do Governo de Mato Grosso do Sul, totalizando R$ 20 milhões.

Lázaro Santana, presidente do Siems, explicou que a Santa Casa alega depender integralmente de recursos públicos para efetuar os pagamentos, enquanto o município e o Estado argumentam que o prazo para os repasses é até o dia 15. No entanto, a lei determina o pagamento até o quinto dia útil, o que, segundo ele, não deixa espaço para negociações.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) comunicou ao Campo Grande News na terça-feira (9) que aguardava o depósito do Ministério da Saúde para realizar os repasses.

O hospital recebe mensalmente R$ 6 milhões do FNS (Fundo Nacional de Saúde), R$ 5 milhões dos cofres municipais e R$ 9 milhões do Estado. Enquanto isso, a folha de pagamento da instituição gira em torno de R$ 15 milhões.