A crise financeira da Santa Casa de Campo Grande, agravada pelo déficit de R$ 158 milhões e atrasos nos repasses da prefeitura, resultou na suspensão de cirurgias eletivas e atendimentos ambulatoriais em diversas especialidades. Apenas casos de urgência e emergência estão sendo atendidos.

O hospital opera acima da capacidade, com superlotação nas alas de pronto atendimento, especialmente nas áreas verde e azul, destinadas a pacientes de menor gravidade. A área vermelha, para casos críticos, atende o dobro de sua capacidade, que seria de apenas seis pacientes.

Segundo o diretor técnico da Santa Casa, William Leite Lemos, as reformas no setor de urgência e emergência agravaram a situação, realocando pacientes para outras áreas. O hospital precisaria de pelo menos mais mil leitos e reforço no quadro médico para atender a demanda.

A alta procura é atribuída aos efeitos da Covid-19, além da transferência de pacientes do interior do Estado, onde há pouca oferta de atendimento de média e alta complexidade. Casos que poderiam ser tratados em UPAs e UBSs também acabam sobrecarregando o hospital.

A suspensão das cirurgias eletivas foi adotada para economizar insumos, direcionando recursos para os setores de urgência, CTI e UTI. Entre as especialidades afetadas estão urologia, ortopedia, neurocirurgia e cirurgia cardíaca adulta.

 

Fonte: Correio do Estado