Salário de R$ 215 mil para presidentes de federações de futebol contrasta com realidade dos clubes de MS
- porRedação
- 08 de Abril / 2025
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| Créditos: Foto: Juliano Almeida
Presidentes das federações estaduais e do Distrito Federal de futebol passarão a receber salário mensal de R$ 215 mil, conforme revelou a Revista Piauí. O valor, aprovado em assembleia da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), supera o teto do funcionalismo público — atualmente em R$ 44 mil — e o salário da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), fixado em R$ 41.845.
Em Mato Grosso do Sul, o impacto do novo salário é evidente: o Operário, bicampeão estadual, opera com orçamento mensal de R$ 150 mil, segundo o presidente do clube, Nelson Antônio da Silva. “A despesa prevista era de R$ 250 mil por mês, e fechamos com prejuízo de R$ 500 mil. Um salário desses mudaria a realidade do futebol local”, afirmou.
A eleição para presidência da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) ocorre nesta terça-feira (8), em Campo Grande, com 51 filiados aptos a votar. A reunião da Assembleia Geral Extraordinária foi iniciada a portas fechadas no Grand Park Hotel.
O Ivinhema, vice-campeão estadual, teve orçamento de R$ 450 mil para os três meses de competição. “O valor do salário ultrapassa todo nosso orçamento”, disse o presidente João Riquelme. Para dirigentes locais, como Maikel da Costa (Costa Rica), o repasse deveria ser revertido em apoio aos clubes. “Não se pode ter clubes miseráveis e uma federação forte”, afirmou.
A FFMS informou, por meio da assessoria, que o presidente interino, Estevão Petrallás, não recebe salário. A CBF ainda não se manifestou oficialmente sobre o reajuste.