Represa não possuía certificado de vistoria, afirma Corpo de Bombeiros

| Créditos: Foto: Henrique Kawaminami/Campo Grande News

Nesta terça-feira (20), a represa localizada no condomínio de luxo Nasa Park, em Jaraguari — a cerca de 48 quilômetros de Campo Grande — sofreu o rompimento de sua barragem, resultando na invasão de água em imóveis nas proximidades e alagamento da BR-163, que está completamente interditada.

O Corpo de Bombeiros, que foi acionado às 9h31 para atender a emergência, não encontrou o certificado de vistoria da represa. Segundo o tenente-coronel Fábio Pereira de Lima, a corporação enviou quatro viaturas e uma equipe com drones para avaliar a situação devido ao grande volume de água. Apesar das buscas realizadas, não foram encontradas vítimas.

O tenente-coronel informou que o Nasa Park não possui o certificado de vistoria do Corpo de Bombeiros, e que serão realizadas notificações e possíveis autuações relacionadas às irregularidades encontradas. A multa pode variar conforme a Lei nº 4335, que trata de incêndio e pânico. Fábio Pereira de Lima acrescentou que o condomínio já havia recebido uma notificação para regularização do certificado há alguns anos.

O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) também se manifestou e anunciou que os proprietários do Nasa Park serão autuados e deverão elaborar um Plano de Recuperação de Área Degradada (Prada) para restaurar a área afetada pelo rompimento da barragem. O condomínio, que inclui residências e áreas para esportes náuticos, será fiscalizado para garantir a restauração do ambiente.

Jaime Verruck, titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), observou que, devido à ausência de chuvas significativas, é improvável que o rompimento da barragem tenha sido causado por fatores naturais, levantando suspeitas sobre manutenção inadequada. Os responsáveis pelo empreendimento ainda não comentaram o incidente publicamente, mas enviaram um engenheiro para investigar a causa do rompimento.

Verruck explicou que a represa não estava entre as áreas monitoradas pela Semadesc, pois, sendo utilizada para lazer e sem resíduos industriais significativos, não se enquadrava nos critérios de monitoramento mais rigoroso aplicado a setores como frigoríficos e mineração.

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