Receita Federal, revela possível envolvimento do desembargador do TJMS em atividades suspeitas

desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), Divoncir Schereiner Maran | Créditos: REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS


Operação conjunta conduzida pela Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público Federal revela possível envolvimento do desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), Divoncir Schereiner Maran, em atividades suspeitas, apontando para uma suposta relação com líder de facção criminosa condenada por diversos crimes, incluindo roubo de aeronaves e tráfico de drogas, totalizando uma pena de 126 anos de prisão.

Segundo informações levantadas durante uma investigação, conduzida pelas autoridades competentes, há acusações de que o desembargador, juntamente com sua esposa e três filhos, todos os advogados, podem ter manipulado seu patrimônio de forma a ocultar possíveis ganhos ilícitos. Esse esquema, que envolve denúncias de evasão fiscal e burla aos sistemas tributários, está sob escrutínio das autoridades.

Indagado sobre as alegações, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul preferiu não se pronunciar a respeito da operação em curso. Em defesa do desembargador, seus representantes afirmam que ele sempre esteve disposto a colaborar com as investigações e negar qualquer irregularidade em suas ações.

A operação Tiradentes, realizada nesta quinta-feira (8), teve como alvo o desembargador Divoncir Maran, suspeito de corrupção passiva e lavagem de capitais. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em seu gabinete, bem como em outros locais associados aos investigados.

Organograma desenhado pelos investigadores | Créditos: Reprodução

Um dos aspectos em investigação é a suspeita de que o desembargador possa ter negociado uma decisão liminar com uma vítima condenada, permitindo-lhe cumprir a sua pena em prisão domiciliária, mesmo após ter fugido em 2020, durante a pandemia de COVID-19. Este caso vem sendo analisado pelo Conselho Nacional de Justiça há mais de três anos.

As investigações revelaram transações bancárias suspeitas e aquisições de bens imóveis, tentativas possíveis de ocultar a origem do dinheiro através de manobras de "confusão patrimonial", um expediente utilizado para obscurecer a ligação entre recursos de origem legais e ilegais.

A Receita Federal elaborou um organograma para ilustrar o suposto esquema montado pelo desembargador para ocultar patrimônio, identificando 11 indivíduos envolvidos.

Divoncir Maran já estava sob investigação disciplinar desde setembro do ano anterior, aguardando uma audiência de instrução marcada para abril. Em resposta às acusações, sua defesa enfatiza a disposição do magistrado em colaborar com as autoridades e sua verdade de que sua conduta foi sempre imparcial e dentro da lei.

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