Quem é a Direita Conservadora em MS: PL ou PP?

O cenário político de Mato Grosso do Sul, outrora dominado por figuras masculinas que se proclamavam porta-vozes da direita conservadora, agora se vê às voltas com uma reviravolta curiosa. O Tenente Portela, presidente estadual do PL após ter derrubado o deputado Marcos Pollon (PL), prepara-se para ceder espaço a Reinaldo Azambuja, e com isso, vai saborear seu próprio “veneno” que durou tão pouco.

Duas figuras até então relevantes, Marcos Pollon e João Henrique Catan, se encontram em um limbo político. Quem diria que esses "machões" conservadores, acostumados aos holofotes, seriam ofuscados pela trama maior articulada por ninguém menos que o próprio Bolsonaro?

A substituição de Pollon por Portela na liderança do PL foi um golpe inesperado para o deputado federal, que agora vê sua ambição de disputar a prefeitura de Campo Grande desmoronar. E Catan, que apostava sua sorte na força bolsonarista, também sente o peso da desilusão, ao perceber que o caminho traçado por Bolsonaro leva ao PSDB de Reinaldo Azambuja e Beto Pereira, deixando-o sem chão.

Enquanto os "grandes homens" conservadores recalculam suas rotas, a senadora Tereza Cristina (PP), firme em suas convicções, segue inabalável. Ao lado de Dr. Luiz Ovando, ela defende a candidatura de Adriane Lopes, uma mulher que, ao que parece, é a verdadeira herdeira da bandeira conservadora no estado. 

Tereza, que não sucumbiu às traições de Bolsonaro, tampouco cedeu aos jogos de poder do PL, se mantém como a principal representante dos valores da direita em MS.

E é aqui que a ironia se faz presente. 

Aqueles que pregavam a força masculina como símbolo do conservadorismo agora olham para Tereza Cristina, uma mulher, como o pilar que sustenta seus princípios. Enquanto os discursos inflamados de outrora perdem fôlego, ela continua firme, mostrando que coerência e fidelidade aos ideais não são atributos exclusivos de gênero.

Como Mato Grosso do Sul verá seu conservadorismo representado pelo PL ou pelo PP? 

Na verdade, é por uma mulher que, com serenidade e firmeza, provou que valores não se dobram ao sabor das conveniências políticas! O tempo dirá. Mas, no fim, a certeza é que o futuro da direita no estado esteja, de fato, nas mãos femininas.

Por Alcina Reis.

Jornalista Alcina Reis | Créditos: Arquivo pessoal

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