A Promotoria do Meio Ambiente, representada pela titular da 26ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, Luz Marina Pinheiro, decidiu instaurar um inquérito civil para investigar o mau cheiro que tem incomodado os moradores dos bairros Nova Campo Grande e Jardim Carioca, proveniente do frigorífico JBS S.A. O Ministério Público já mantinha diversos procedimentos de investigação em andamento, mas a decisão de instaurar o inquérito foi tomada após a divulgação de um laudo técnico apontando falhas na destinação de resíduos da empresa.

O relatório, datado de 26 de abril, identificou a presença de um odor característico do processamento de vísceras e ossos para produção de farinha base de ração animal, além de constatar vazamento de resíduos por tubulações, o que gerou multa de R$ 100 mil pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) anteriormente.

Os técnicos recomendaram uma série de medidas corretivas, incluindo o fechamento e isolamento adequados dos locais de processamento, a revisão do sistema de tratamento de gases e a manutenção das estruturas externas para evitar novos vazamentos e emissões de odores desagradáveis.

A decisão da promotora de abrir a investigação foi baseada nesse relatório, mesmo diante dos esforços da JBS para cumprir um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que incluía a instalação de uma estação de tratamento de resíduos. A empresa defendeu que o problema não estava diretamente ligado às suas operações, sugerindo possíveis fontes alternativas de odor na região.

A comunidade, por sua vez, não pleiteia o fechamento da empresa, mas sim a melhoria dos processos para eliminar os odores incômodos. A situação levou os moradores a buscar apoio de vereadores e órgãos públicos, destacando a necessidade de uma solução que concilie as atividades industriais com o bem-estar da população local.