O presidente argentino, Javier Milei, esteve reunido nesta segunda-feira (12) com o Papa Francisco no Vaticano, em um encontro marcado pela reconciliação após declarações polêmicas por parte do mandatário. A reunião, realizada de forma privada, foi um momento de diálogo e de gestos simbólicos de aproximação.

Durante o encontro, Milei presenteou o pontífice com alfajores e biscoitos, além de expressar suas desculpas pelas palavras anteriormente proferidas, nas quais o havia chamado de "imbecil que defende a justiça social", durante a campanha presidencial de 2023.

O Vaticano relatou que a conversa entre Milei e Francisco durou cerca de uma hora, sendo que o presidente argentino chegou atrasado devido a uma saudação a um grupo de compatriotas presentes na ocasião.

A Economia Argentina em Pauta

Além das questões relacionadas à reconciliação pessoal, a situação econômica da Argentina também esteve em foco durante o encontro. Milei, conhecido por suas propostas econômicas radicais, enfrenta desafios significativos em meio a uma crise econômica aguda, com uma inflação superior a 200%.

O principal pacote econômico proposto pelo presidente argentino, denominado Lei Ómnibus, não obteve aprovação dos deputados na última semana, evidenciando a complexidade do cenário econômico do país.

Durante a conversa, é provável que o Papa tenha abordado a possibilidade de um retorno à Argentina, seu país natal. Francisco, que não visita a Argentina desde 2013, expressou ao Vaticano sua disposição de retornar à "sofrida" pátria no segundo semestre, apesar das considerações logísticas envolvidas.

Contudo, o cardeal Victor Manuel Fernandez ponderou que a viagem ainda carece de definições, destacando as limitações físicas do Papa, que, aos 87 anos, enfrenta dificuldades de locomoção. Francisco já expressou seu desejo de não ser explorado politicamente e de evitar associações de sua imagem com agendas partidárias.

Antes do encontro, Fernandez, chefe do escritório de doutrina do Vaticano, foi questionado sobre as declarações ofensivas de Milei contra Francisco. Ele afirmou que o Papa não nutre ressentimentos em relação ao presidente argentino, enfatizando o carinho do pontífice por todos e sua preocupação com os que sofrem, independentemente de suas tendências políticas.