PF investiga suspeita de irregularidades em 14 processos no STJ, incluindo ação milionária da J&F
- porRedação
- 09 de Janeiro / 2025
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Fábrica da Eldorado em Três Lagoas | Créditos: Reprodução/Bom Dia Mercado
A Polícia Federal (PF) identificou 14 processos com suspeitas de corrupção e irregularidades no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A investigação, que apura a venda de sentenças, inclui uma ação de R$ 600 milhões envolvendo a J&F, controladora da JBS e Eldorado.
A Operação Ultima Ratio, deflagrada em outubro, afastou cinco desembargadores do TJMS, incluindo o presidente, e um conselheiro do TCE. O empresário Andreson de Oliveira Gonçalves foi preso e buscas foram realizadas em gabinetes de três ministros do STJ.
Um dos processos sob suspeita envolve a J&F e a MCL Fundo de Investimento. A PF apura a suspeita de vazamento de informações sigilosas. O advogado Rodrigo Pimentel, filho do desembargador afastado Sideni Soncini Pimentel, atuou no caso.
A disputa judicial entre a J&F e a MCL gira em torno de R$ 600 milhões. A MCL buscava anular aquisições da Eldorado que diluíram sua participação acionária. A J&F, por sua vez, defendia que a ação fosse analisada em São Paulo. O caso foi julgado no STJ pela ministra Nancy Andrighi, que decidiu favoravelmente à J&F.
A PF identificou conversas entre o lobista Andreson e o advogado Roberto Zampieri, assassinado em 2023, que sugerem a antecipação do voto da ministra. Andreson teria recebido R$ 19 milhões, sem especificar a origem.
A J&F afirma que o caso é "simples" e que venceu o processo em todas as instâncias. A ministra Nancy Andrighi declarou que já prestou esclarecimentos e que os processos de responsabilização dos servidores envolvidos estão em andamento.
A investigação da PF teve início após a análise do celular de Zampieri. As conversas do advogado com Andreson revelaram indícios de irregularidades em diversos processos, incluindo ações de multinacionais e bancos.
Apesar das operações, nenhum ministro do STJ é investigado formalmente, mas a PF não descarta a possibilidade. O caso está sob a relatoria do ministro Cristiano Zanin, no STF.