Pelo menos oito pessoas foram identificadas como alvos da Operação Terra Nullius, que apura esquema de grilagem de terras da União no Pantanal sul-mato-grossense. Entre os investigados estão quatro servidores públicos, dois empresários, um funcionário de empresa privada e uma produtora rural. Os bens bloqueados podem ultrapassar R$ 3 milhões.

Entre os servidores investigados estão André Nogueira Borges, ex-diretor-presidente da Agraer, Jadir Bocato, gerente de Regularização Fundiária e Cartografia, Evandro Efigênio, procurador de entidades públicas, e Josué Ferreira Caetano, agrimensor. Também estão na lista os empresários Mario Maurício Vasques Beltrão e Bruna Feitosa Brandão, donos da Toposat Engenharia, além do funcionário da empresa, Nelson Luís Moía, e a produtora rural Elizabeth Peron Coelho.

As fraudes envolveriam a emissão irregular de Cotas de Reserva Ambiental (CRA) e Títulos de Cota de Reserva Ambiental Estadual (TCRAE), usados para legitimar a posse de terras públicas. Os documentos teriam sido obtidos por meio de inserção de dados falsos em processos administrativos, omitindo que as áreas eram da União, o que impediria a regularização.

A operação, deflagrada pela Polícia Federal, cumpriu mandados em Campo Grande e Rio Brilhante, incluindo buscas na sede da Toposat e em condomínios de luxo no Parque dos Poderes. A Agraer também foi alvo das diligências.

O Governo de Mato Grosso do Sul afirmou, em nota, que "acompanha a operação" e que adotará medidas cabíveis assim que tiver mais informações.