A paralisação dos motoristas de ônibus, prevista para a próxima segunda-feira (25), foi cancelada após um pedido do Hemosul. A informação foi confirmada pelo presidente do STTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano), Demétrio Ferreira. O Hemosul solicitou o adiamento da paralisação, que coincidiria com o Dia Nacional de Doação de Sangue,  alegando que a greve prejudicaria o acesso de doadores ao hemocentro.

A decisão foi tomada em meio a denúncias de que a paralisação seria uma estratégia para pressionar pela elevação da tarifa de ônibus na capital. Funcionários e ex-funcionários do Consórcio Guaicurus, empresa responsável pelo transporte público na cidade, alegam que o sindicato age em conluio com a empresa para forçar o reajuste tarifário.

"As paralisações sempre são anunciadas após algum desacordo entre a Prefeitura e o Consórcio", relata um funcionário que preferiu não se identificar. "O sindicato não tem um diálogo com os motoristas. Não somos contra o reajuste salarial, mas questionamos essas decisões unilaterais."

Weslei Conrado Moreli, ex-funcionário do Consórcio, também afirma que as paralisações são instrumentalizadas para beneficiar a empresa. "Pode ter certeza que essa paralisação não vem dos motoristas, é o sindicato e o patrão para aumentar a passagem", declarou.

O movimento social "Ligados no Transporte" também criticou a coincidência entre a paralisação e as reivindicações por reajuste tarifário. "O consórcio está usando o reajuste salarial e a renovação da frota para forçar o aumento da tarifa", afirmou Gabriel Santos, representante do movimento.

Segundo o sindicato, as negociações com o Consórcio Guaicurus serão retomadas na segunda-feira, com discussão de novas propostas. A reunião está marcada para às 16 horas.

Fonte: Midiamax