Paraguai recua e retoma parceria com DEA após pressão internacional
- porRedação
- 19 de Dezembro / 2024
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| Créditos: DOF/Divulgação
Após romper acordo com a agência antidrogas dos EUA, governo paraguaio volta atrás e restabelece parceria no combate ao narcotráfico.
O governo do Paraguai decidiu reatar o acordo com a Drug Enforcement Administration (DEA) após forte pressão internacional e interna. A decisão inicial de romper a parceria, anunciada em 6 de dezembro pelo ministro da Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD), Jalil Rachid, gerou polêmica e críticas, sendo considerada uma vitória para o narcotráfico no país.
A notícia do rompimento, divulgada pelo jornal The Washington Post, causou grande repercussão, especialmente devido à crescente influência do tráfico de drogas no Paraguai. O governo justificou a decisão alegando que a parceria seria transferida para a Polícia Nacional. No entanto, os EUA negaram a colaboração com outras forças policiais paraguaias, insistindo na exclusividade da SENAD, conforme acordo assinado em 2022.
Diante da negativa americana, o governo paraguaio recuou e reestabeleceu a parceria com a DEA. O ministro Rachid admitiu desconhecer a impossibilidade de colaboração com a Polícia Nacional e afirmou o compromisso do governo no combate ao narcotráfico.
A colaboração entre a SENAD e a DEA, iniciada durante a ditadura de Alfredo Stroessner, inclui troca de informações, treinamento, equipamentos e apoio financeiro. O grupo de elite da SENAD, com forte presença na fronteira com o Brasil, é crucial no combate ao tráfico de drogas na região.
O rompimento do acordo foi visto como um retrocesso no combate ao crime organizado, especialmente pela oposição, que o interpretou como uma manobra para proteger traficantes e impedir investigações sobre a participação de membros do governo em esquemas de narcotráfico.
Nos últimos anos, o Paraguai se tornou um dos principais corredores de cocaína no mundo, com grande parte da droga passando por Mato Grosso do Sul rumo a portos brasileiros e, posteriormente, para a Europa e a Ásia.