O Governo de Mato Grosso do Sul anunciou, nesta quinta-feira (27), durante o evento Pacto Pantanal, a criação de uma nova unidade de conservação na região do Pantanal afetada pelo desvio do Rio Taquari. O investimento de US$ 12,5 milhões (aproximadamente R$ 62,5 milhões) será proveniente de uma ONG americana, através do Fundo Clima Pantanal, e destinado à desapropriação de áreas onde mais de 100 fazendas foram inundadas.

A futura unidade de conservação, inicialmente denominada Parque Estadual Alagados do Taquari, demandará estudos por parte do governo estadual para identificar as propriedades atingidas, seus proprietários e o valor das terras submersas. Em contrapartida ao aporte financeiro da ONG, o Estado também deverá arcar com metade dos custos de desapropriação e criação do parque.

O governador Eduardo Riedel (PSDB) destacou que a iniciativa visa tanto a preservação ambiental da área alagada, considerada um importante berçário de peixes, quanto a possibilidade de oferecer uma destinação para as terras dos produtores que perderam suas propriedades devido ao desastre ambiental causado pelo assoreamento do Rio Taquari.

O secretário estadual de Meio Ambiente, Jaime Verruck, explicou que a proposta da ONG surgiu como forma de compensar os impactos do desvio do rio. Renato Roscoe, diretor do Instituto Taquari Vivo, celebrou a iniciativa, ressaltando a importância da compensação aos produtores e da proteção da nova área ecologicamente rica.

O assoreamento do Rio Taquari, um problema ambiental de décadas, teve início com o desmatamento nas suas cabeceiras para a expansão agropecuária, levando ao acúmulo de sedimentos no leito e subsequente mudança do curso do rio, causando inundações permanentes em áreas como o "Arrombado do Zé da Costa" e o Caronal, onde o novo parque será implementado.

Além da criação do Parque Estadual, o Fundo Clima Pantanal busca atrair mais investimentos para ações de preservação do bioma, com o governo estadual planejando apresentar o projeto a outros países em potencial.