Oposição admite ser remota a chance abertura de CPI contra STF

| Créditos: REPRODUÇÃO / TV JUSTIÇA

Deputados bolsonaristas já admitem que são remotas as chances de uma CPI contra supostos abusos de autoridades do judiciário, definida pelo grupo como prioridade.

Principalmente, após ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) procurarem o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em meio ao embate entre o legislativo e o judiciário.

Na quarta-feira (17), Lira se reuniu com o ministro Alexandre de Moraes, relator de inquéritos que miram o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados.
No mesmo dia, recebeu um telefonema do presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, com o objetivo de distensionar as relações.

De acordo com o analista Caio Junqueira, Lira já sinalizou aos ministros da Corte que não pretende tirar da gaveta uma Comissão Parlamentar de Inquérito contra o STF.

Em meio ao embate com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, Lira disse aos líderes, nesta semana, que avalia a abertura de até cinco CPIs na casa. Uma delas é uma comissão para investigar atos do judiciário, proposta vice-líder da oposição, o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS).

Reservadamente, deputados da oposição reconhecem a dificuldade de emplacar a CPI contra o STF e dizem que a melhor estratégia no momento é seguir pressionando Lira para avançar projetos de interesse da direita, como a PEC das Drogas, aprovada nesta semana no Senado.

A decisão de abrir uma comissão parlamentar é do presidente da Câmara.

O líder da Oposição, deputado Filipe Barros (PL-SC), por sua vez, afirma que seguirá pressionando pela CPI contra o Judiciário, citando a divulgação do relatório d pelo Comitê de Assuntos Judiciários da Câmara dos Estados Unidos com uma lista 44 decisões sigilosas do ministro Alexandre de Moraes, relacionadas à moderação e remoção de conteúdos publicados em redes sociais por pessoas investigadas na Corte.

“Não abrimos mão da CPI do Abuso de Autoridade, ainda mais depois do que foi divulgado ontem”, disse Barros. Questionado sobre o recado de Lira de que não abrirá a comissão, o deputado complementou: “Vamos seguir construindo. É a prioridade da oposição.”

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