Operação Turn Off avança em investigação de fraudes licitatórias em Mato Grosso do Sul

| Créditos: Nathalia Alcantara/Midiamax

A segunda fase da Operação Turn Off, desencadeada na manhã desta terça-feira (6/6), cumpre dois mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão. A investigação foca em um esquema de fraudes em processos licitatórios envolvendo contratos com o poder público. As ações são realizadas pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio das 29ª e 31ª Promotorias de Justiça do Patrimônio Público e Social de Campo Grande.

Policiais militares do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) estão em diligências na capital desde o início da manhã.

Segundo as investigações, os alvos das prisões preventivas são acusados de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Os empresários Lucas Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho foram identificados como os principais envolvidos. De acordo com nota do Ministério Público Estadual, mesmo após medidas cautelares, os investigados continuaram a praticar crimes, resultando na atual fase da operação. Estima-se que a ocultação de bens ultrapasse os 10 milhões de reais.

Entre os contratos investigados, destaca-se a compra de uniformes escolares pela Secretaria de Estado de Educação (SED) em 2022, no valor de R$ 5.610.000,00, e o desvio de recursos públicos na aquisição de produtos médico-hospitalares pelo Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, totalizando R$ 6.523.977,94 no ano passado. Em 2024, os alvos são suspeitos de participação em esquemas de organização criminosa, corrupção ativa e desvio de dinheiro público, incluindo a compra de aparelhos de ar-condicionado pela SED no valor de R$ 13.000.548,00, e materiais de ostomia para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Campo Grande, no valor de R$ 22.996.305,73. Outra denúncia envolve fraudes na contratação de uma empresa pela Secretaria de Estado de Saúde para emissão de laudos médicos, no valor de R$ 12.330.625,08.

A primeira fase da Operação Turn Off, desencadeada em 29 de novembro do ano passado, também envolveu empresários e servidores públicos estaduais. Na ocasião, o governador Eduardo Riedel exonerou os investigados um dia após o cumprimento dos mandados. Entre os afastados estavam Flávio da Costa Britto Neto, então adjunto da Casa Civil, e Edio Antônio Resende de Castro Bloch, Simone de Oliveira Ramires Castro e Andrea Cristina Souza Lima, que ocupavam cargos na Secretaria de Estado de Educação (SED) e Secretaria de Estado de Administração (SAD). Os três últimos foram presos preventivamente, enquanto Britto foi levado à delegacia para depoimento.

Na primeira fase da operação, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Maracaju, Itaporã, Rochedo e Corguinho, resultando nas prisões de Thiago Mishima, Sérgio Duarte Coutinho Junior, Lucas Coutinho, Victor Leite de Andrade e Paulo Henrique Muleta Andrade.

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