Operação Snow revela execução de três membros por supostos acertos de contas

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A operação Snow, realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado), evidenciou a execução de pelo menos três integrantes de uma quadrilha, sob suspeita de acertos de contas ou queima de arquivo. De acordo com as investigações, as vítimas foram identificadas como Valdemar Kerkhoff Júnior, Eder Kerkhoff e Cristian Alcides Ramires Valiente.

O primeiro a ser morto foi Cristian, conhecido como "Galo", em 22 de outubro de 2022, em uma conveniência no Bairro Guanandi. Segundo relatos, Cristian havia perdido uma carga de 435 quilos de cocaína avaliada em R$ 10,8 milhões dias antes do ocorrido. Douglas de Oliveira Santander, conhecido como "Dodô", foi detido em conexão com o crime.

Durante seu depoimento na DHPP (Delegacia Especializada de Repressão ao Homicídio e Proteção à Pessoa), Douglas mencionou que Cristian atuava como intermediário no transporte de entorpecentes e teria sido executado devido à perda da referida carga durante uma apreensão.

Douglas afirmou ter sido procurado por um amigo residente em Pedro Juan Caballero (PY), conhecido apenas como Junior, que solicitou ajuda para obter um carro. Ele foi instruído a informar Junior caso encontrasse Cristian.

No dia 19 de outubro do mesmo ano, Douglas contatou Junior para informar que havia adquirido um Fiat Argo vermelho. No dia seguinte, o veículo foi deixado para instalação de insulfilm, sendo retirado por um indivíduo não identificado.

No dia anterior ao assassinato, Douglas estava na conveniência com Cristian quando recebeu uma ligação de Junior. Pouco depois, um atirador chegou ao local e executou Cristian. Segundo o Gaeco, Junior é Valdemar Kerkhoff Junior, considerado um dos líderes da organização criminosa que contava com a participação de policiais civis para o transporte seguro de cargas de cocaína.

Kerkhoff foi assassinado a tiros de pistola e fuzil em junho do ano anterior, juntamente com seu irmão Eder Kerkhoff, enquanto estavam em seu lava-jato no Bairro Parque dos Ipês, em Ponta Porã, a 313 quilômetros de Campo Grande.

As circunstâncias desses homicídios ainda não foram totalmente esclarecidas. No entanto, a operação Snow revelou que dias antes dos assassinatos, Junior foi captado por câmeras de segurança descarregando cocaína de uma viatura da Polícia Civil, na companhia dos investigadores Hugo César Benites e Anderson César dos Santos Gomes, ambos detidos em 26 de março deste ano.

O carregamento de entorpecentes saiu de Ponta Porã dentro do veículo oficial e foi deixado em uma residência alugada para eventos na Rua Retiro Novo, Jardim do Pênfigo, em Campo Grande. Durante a investigação, foram confirmados os contatos de Junior com membros da organização criminosa.

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