Operação Malebolge: Desmantelado esquema de fraude de R$ 10 milhões em contratos públicos

| Créditos: Reprodução/Fala Povo/Jornal Midiamax

Uma operação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) deflagrou, nesta terça-feira (18), a Operação Malebolge, que investiga um esquema de fraude em contratos públicos que ultrapassam os R$ 10 milhões nos municípios de Água Clara e Rochedo, em Mato Grosso do Sul.

Foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva e 39 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande, Água Clara, Rochedo e Terenos.

De acordo com o Gaeco, o esquema envolvia o pagamento de propinas a servidores para fraudar licitações, principalmente na área da educação. Uma empresa de confecção em Campo Grande também foi alvo de buscas.

A investigação aponta que servidores atestavam o recebimento de produtos e serviços que nunca foram realizados, além de acelerar trâmites para emissão de notas fiscais frias para agilizar pagamentos aos empresários.

A operação teve como ponto de partida a apreensão de celulares na Operação Turn Off, que revelou fraudes na saúde e educação, com um montante de R$ 68 milhões, e que envolveu empresários, secretários e servidores.

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) ofereceu denúncia contra os irmãos e empresários Lucas Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho, o ex-secretário adjunto da educação de MS, Édio António Resende de Castro Broch, e a ex-servidora Simone de Oliveira Ramires Castro.

Ainda conforme as investigações, o esquema comandado pelos irmãos envolvia outros membros da família. Pagamentos ao então secretário-adjunto eram feitos por meio de Victor Leite de Andrade, primo de Lucas e Sérgio.

Em outro pregão, o MPMS identificou que a empresa vencedora foi a Isomed Diagnósticos Eireli-ME, que tem como proprietária a esposa de Sérgio. Para vencer o contrato, ela também teria contado com ajuda dos servidores investigados.

Em outro pregão, com quatro lotes, dois foram conquistados pela Comercial Isototal Eireli, de propriedade de Lucas, enquanto outros dois lotes foram conquistados por uma empresa do tio de Lucas e Sérgio.

A operação recebeu o nome de Malebolge, uma referência à Divina Comédia, de Dante Alighieri, que descreve a jornada de um homem pelos reinos do inferno, purgatório e paraíso. Dentro do inferno, o "Malebolge" é a região onde os fraudadores e corruptos são punidos de acordo com a gravidade de seus pecados.

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