Operação Last Chat: Desmantelamento de rede criminosa em cinco Estados

| Créditos: Divulgação/ Polícia Civil

No âmbito da Operação Last Chat, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em 24 de abril, um servidor público municipal da prefeitura de Campo Grande foi apontado como gerente de uma organização criminosa, identificada como Primeiro Comando da Capital (PCC). A denúncia revelou que o servidor, que ocupa o cargo de agente comunitário de saúde, desempenhava funções de gestão financeira e logística para a referida organização.

De acordo com as investigações, o servidor é irmão de Rafael da Silva Lemos, conhecido como ‘Gazela', líder do PCC, atualmente foragido. Além de suas responsabilidades na administração financeira, ele também gerenciava os transportes de drogas, coordenando o uso de caminhões basculantes pertencentes a uma empresa de construção, transporte e logística supostamente criada para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.

A denúncia destaca que a organização criminosa utilizava a empresa como fachada para suas atividades ilícitas, realizando depósitos em valores inferiores a R$ 2 mil para evitar detecção. Um dos membros, apelidado de ‘contador', era encarregado de falsificar documentos contábeis para dar uma aparência legítima às transações.

Durante o período de 26 de maio de 2020 a 17 de março de 2023, a organização recebeu mais de 1.116 depósitos em dinheiro, totalizando R$ 1.534.000. A estrutura da organização contava com cinco gerentes, incluindo um responsável pela logística de transporte de drogas para o Ceará, que também executava ações violentas em nome da facção.

O servidor público, que é concursado e ocupa seu cargo desde janeiro de 2019 com um salário mensal de R$ 3,3 mil, não foi o único indivíduo ligado à organização. Uma advogada foi identificada como facilitadora das operações do PCC, agindo como intermediária entre Rafael ‘Gazela' e os membros da organização. Ela também teria recebido mais de R$ 100 mil do grupo criminoso.

A advogada, conhecida como ‘gravata' na estrutura da organização, fornecia informações sigilosas a Rafael e coordenava ações para evitar a descoberta de depósitos ilegais de drogas. Após a prisão de um membro do grupo, ela teria subornado um policial militar para obter informações sobre possíveis locais de armazenamento de drogas, dificultando as investigações policiais.

A Operação Last Chat tem como objetivo desmantelar uma organização criminosa altamente estruturada que atua no tráfico de drogas em cinco estados brasileiros. A rede, que conta com aproximadamente 40 membros identificados, incluindo policiais militares, servidores públicos municipais e advogados, também está envolvida no comércio ilegal de armas de fogo e lavagem de dinheiro relacionado às atividades criminosas. A operação revelou métodos sofisticados de lavagem de dinheiro, incluindo a criação de empresas fictícias e o uso de contas bancárias de terceiros.

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