Agentes da Polícia Federal permaneceram por cerca de 3 horas e 40 minutos nas instalações da empresa Groen Engenharia e Meio Ambiente, localizada na Via Park, em Campo Grande. A ação ocorreu no contexto da operação Pedra de Toque, conduzida em colaboração com a Controladoria-Geral da União (CGU).

Por volta das 6h20 desta quinta-feira (9), a equipe da PF chegou ao local, sendo necessário acionar um chaveiro às 6h40 para ter acesso ao prédio. Além disso, um pé de cabra foi utilizado durante a operação, sendo retirado da viatura policial.

A investigação foca em possíveis crimes como fraude a procedimento licitatório, peculato, apropriação e associação criminosa relacionados a contratos firmados com a Prefeitura de Três Lagoas. Irregularidades foram identificadas na adesão da prefeitura a uma ata de registro de preços de órgão federal para serviços de engenharia.

De acordo com os auditores, a contratação teria sido direcionada indevidamente para uma empresa específica, causando prejuízos financeiros significativos em detrimento de opções mais vantajosas. Os valores envolvidos são expressivos, sendo que entre 2017 e 2021, a empresa investigada recebeu um total de R$ 106.699.051,00 da administração municipal, parte desses recursos provenientes de repasses federais destinados à área da saúde.

O advogado Werther Sibut, responsável pela defesa da Groen Engenharia e Meio Ambiente, compareceu ao local e declarou que a empresa se manifestará ao longo do dia sobre os acontecimentos.

A operação abrangeu 20 mandados de busca e apreensão em diversas cidades, incluindo Três Lagoas, Campo Grande, Coxim, Naviraí e Florianópolis, onde a Groen possui escritório. A 1ª Vara da Justiça Federal de Três Lagoas determinou o sequestro e bloqueio de aproximadamente R$ 23 milhões em bens pertencentes aos investigados.

Até o momento, não foi possível contatar o prefeito de Três Lagoas, Ângelo Guerreiro (PSDB), para comentar sobre o assunto.